Eu não sabia que o meu bairro tinha história : decolonizando a aula de história com as memórias de um território na periferia de Porto Alegre
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Data
2020Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado profissional
Tipo
Assunto
Resumo
Essa pesquisa teve como objetivo promover ações pedagógicas que possibilitassem decolonizar as aulas de História através do engajamento coletivo na construção de histórias e memórias de um território negro e periférico da cidade de Porto Alegre, território esse que é marcado por grandes índices de pobreza, estigmatização e silenciamento sobre sua história. Para isso desenvolvi um percurso metodológico inspirado na Investigação-Ação Participativa, na Educação Popular e na Reconstrução Coletiva d ...
Essa pesquisa teve como objetivo promover ações pedagógicas que possibilitassem decolonizar as aulas de História através do engajamento coletivo na construção de histórias e memórias de um território negro e periférico da cidade de Porto Alegre, território esse que é marcado por grandes índices de pobreza, estigmatização e silenciamento sobre sua história. Para isso desenvolvi um percurso metodológico inspirado na Investigação-Ação Participativa, na Educação Popular e na Reconstrução Coletiva da História, por onde eu e um grupo de estudantes das séries finais do ensino fundamental produzimos coletivamente histórias e reflexões sobre o passado local a partir da análise de documentos históricos e registros de memórias de moradores do território que foram compartilhadas em rodas de memórias, encontros em que os participantes da pesquisa conversaram sobre suas lembranças a respeito de diferentes acontecimentos do passado no território. Com esse trabalho realizado a partir de memórias foram visibilizadas uma diversidade das experiências, vivências, sociabilidades, desejos, lutas, derrotas e conquistas, sem que com isso fossem silenciados os processos violentos que marcaram e continuam marcando a identidade e os corpos das pessoas deste lugar, processos esses que foram analisados e relacionado à história da cidade, do país e do mundo ao longo da pesquisa com os estudantes. Dessa maneira, a pesquisa permitiu concluir que as memórias do local, produzidas e compartilhadas em roda, são meios potentes para a construção não somente de um saber histórico escolar decolonizado, mas também para a produção de afetos, laços sociais e protagonismo, o que abre possibilidades para a superação de um ensino baseado na transposição didática e no acúmulo individual de conhecimentos. ...
Abstract
This research aimed to promote pedagogical actions that could decolonize History lessons through collective engagement in the construction of stories and memories of a black and peripheral territory in the city of Porto Alegre. This territory is marked by high rates of poverty, stigmatization and silencing over their history. To do this, I developed a methodological path inspired by Participatory Action Research, Popular Education and Collective Reconstruction of History. A group of students in ...
This research aimed to promote pedagogical actions that could decolonize History lessons through collective engagement in the construction of stories and memories of a black and peripheral territory in the city of Porto Alegre. This territory is marked by high rates of poverty, stigmatization and silencing over their history. To do this, I developed a methodological path inspired by Participatory Action Research, Popular Education and Collective Reconstruction of History. A group of students in the final grades of middle school and I collectively produced stories and reflections on the local past from the analysis of historical documents and records of memories of residents of the territory, which were shared in memory circles, meetings in which the research participants talked about their memories of different events in the past in the territory. Based on memories, this study made visible a diversity of experiences, sociabilities, desires, struggles, defeats, and achievements, without silencing the violent processes that marked and continue to mark the identity and bodies of the local people. These processes were analyzed throughout the research conducted with the students by relating them to the history of the city, of the country and of the world. In this way, It was possible to conclude that the local memories, produced and shared in a circle, are powerful means for the construction of a decolonized school history knowledge and also for the production of affections, social ties and protagonism, which opens possibilities to overcome a way of teaching based on didactic transposition and individual knowledge accumulation. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Ensino de História.
Coleções
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Ciências Humanas (7479)Ensino de História (59)
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