Análise do processo de criação de startups e de formação de suas equipes fundadoras em Porto Alegre
Fecha
2020Tutor
Nivel académico
Maestría
Tipo
Resumo
A crescente importância das startups na economia global (CUKIER; KON; KRUEGER, 2015) somada à alta taxa de mortalidade das startups no Brasil – pelo menos 25% morrem em até um ano e 50% em até quatro anos (ARRUDA et al., 2014) – e ao reconhecimento de que a formação das equipes influencia significativamente a própria equipe e seus resultados (KLOTZ et al., 2014) motivaram esta pesquisa. A partir disso, estabeleceu-se como objetivo compreender o processo de criação das startups e de formação de ...
A crescente importância das startups na economia global (CUKIER; KON; KRUEGER, 2015) somada à alta taxa de mortalidade das startups no Brasil – pelo menos 25% morrem em até um ano e 50% em até quatro anos (ARRUDA et al., 2014) – e ao reconhecimento de que a formação das equipes influencia significativamente a própria equipe e seus resultados (KLOTZ et al., 2014) motivaram esta pesquisa. A partir disso, estabeleceu-se como objetivo compreender o processo de criação das startups e de formação de suas equipes fundadoras na cidade de Porto Alegre/RS, com vistas a auxiliar na compreensão desse processo e servir também de referência para a constituição de novas startups, de forma que as intervenções geradas pelo ecossistema empreendedor sejam ainda mais assertivas. Para isso, realizou-se uma pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa, conduzindo-se entrevistas semiestruturadas com sócios fundadores de startups. Através da análise de conteúdo, foi possível identificar a maneira como foram formadas as startups e suas equipes, os mecanismos de formação utilizados, as principais atividades das startups, desde a ideação até a implementação, e os fatores que mais influenciaram sua constituição. Por fim, foi elaborado um quadro modelo para criação de startups e formação de suas equipes. Entre os principais resultados destacam-se: a) a busca de pessoas para compor a equipe se deu em razão de uma necessidade por recursos técnicos, financeiros ou por uma relação social anterior, mas não houve evidência de preocupação com o melhor perfil de sócio ou da equipe durante a formação das equipes fundadoras nesta pesquisa; b) nove das dez empresas entrevistadas seguiram a lógica causal de formação de equipes, ou seja, a sequência de ações ocorreu em razão dos recursos necessários à viabilidade da oportunidade e ao atingimento dos objetivos definidos pela startup; c) as equipes que iniciaram pelo mecanismo de homofilia optaram pelo mecanismo estratégico quando tiveram de realizar a substituição de um sócio e as empresas que iniciaram com o mecanismo estratégico, ao substituírem um sócio, mantiveram este mesmo mecanismo; d) como forma de atrair pessoas qualificadas para compor as equipes e superar a insuficiência de recursos financeiros, as empresas ofereceram uma proposta de participação societária, sendo ainda preciso convencer os novos membros a acreditar na ideia da startup, no modelo de negócio e no retorno futuro que poderão ter; e) a importância da experiência profissional anterior dos sócios, trazendo para a empresa habilidades já desenvolvidas, assim como a experiência empreendedora se mostraram favoráveis ao processo de constituição das startups; f) seis das dez startups surgiram em consequência das iniciativas do ecossistema de startups, sendo também responsáveis pelo suporte a quase todas as startups em algum momento do seu desenvolvimento, auxiliando nos processos de planejamento, operação e busca de investimentos. Outras instituições de apoio às startups foram citadas por suas iniciativas, como incubadoras, aceleradoras e o Sebrae. As atuais iniciativas do ecossistema de startups de Porto Alegre, que contemplam diversos propósitos de apoio, desde a apresentação e iniciação ao empreendedorismo até a aproximação com editais de financiamento e com médios e grandes investidores, foram e são fundamentais para o surgimento de novas startups. Porém neste estudo não foram encontradas evidências que comprovem existir uma preocupação com o momento da seleção dos membros para formação das equipes, nem com o desenvolvimento das pessoas e das equipes. Os mecanismos de formação de equipes descritos neste estudo retratam a forma como as equipes foram formadas, servindo apenas para caracterizar como ocorreu essa dinâmica, cabendo destacar que as equipes não utilizaram qualquer instrumento ou mecanismo para melhor formarem suas equipes. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Administração. Programa de Pós-Graduação em Administração.
Colecciones
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Ciencias Sociales Aplicadas (6071)Administración (1952)
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