A medicalização como estratégia biopolítica : um estudo sobre o consumo de psicofármacos no contexto de um pequeno município do Rio Grande do Sul
Fecha
2007Materia
Resumo
Este estudo teve como objetivo compreender como o consumo de psicofármacos se legitimou como uma tecnologia de si no interior do dispositivo de medicalização. Concluímos que esta é uma tecnologia que incide sobre os corpos por estar acoplada aos modos de subjetivação contemporâneos. A análise aqui apresentada trata do contexto social de Boa Vista das Missões, um pequeno município do Rio Grande do Sul. Realizamos uma pesquisa de campo com seis meses de duração e entrevistamos uma amostra de 400 ...
Este estudo teve como objetivo compreender como o consumo de psicofármacos se legitimou como uma tecnologia de si no interior do dispositivo de medicalização. Concluímos que esta é uma tecnologia que incide sobre os corpos por estar acoplada aos modos de subjetivação contemporâneos. A análise aqui apresentada trata do contexto social de Boa Vista das Missões, um pequeno município do Rio Grande do Sul. Realizamos uma pesquisa de campo com seis meses de duração e entrevistamos uma amostra de 400 pessoas. A análise dos relatos e das informações construídas buscou dar visibilidade aos enunciados presentes nas formações discursivas e que definem e explicam o consumo de psicofármacos por 53% da população da cidade. Utilizamos a perspectiva genealógica de Michel Foucault para refletir sobre este campo de pesquisa e problematizar a produção de modos de vida marcados por formas de controle individualizantes e totalizantes ao mesmo tempo. Neste sentido, partimos do histórico da inserção dos psicofármacos em nossa cultura para entender as dimensões que ocupam neste contexto. A análise identificou as redes enunciativas no interior do dispositivo de medicalização que fundamentam uma apresentação do biopoder que se sustenta no tripé “dependência, assistencialismo, individualismo”. ...
Abstract
The goal of this research was to comprehend how the consumption of psychoactive prescribed drugs was legitimated as a technology of the self inside the medicalization device (dispositf). We concluded that this is a technology that incurs on the body because it’s attached to contemporary modes of subjectification. The analysis presented here refers to Boa Vista das Missões, a small town in the state of Rio Grande do Sul. We conducted a six months field research and interviewed a sample of 400 in ...
The goal of this research was to comprehend how the consumption of psychoactive prescribed drugs was legitimated as a technology of the self inside the medicalization device (dispositf). We concluded that this is a technology that incurs on the body because it’s attached to contemporary modes of subjectification. The analysis presented here refers to Boa Vista das Missões, a small town in the state of Rio Grande do Sul. We conducted a six months field research and interviewed a sample of 400 inhabitants. The speech and data analysis intended to give visibility to the statements present in the discursive formations and which define and explain the consumption of prescribed psychoactive drugs by 53% of the local population. We used Michel Foucault’s genealogical perspective to guide our understanding of the data and to query the production of lifestyles characterized by individualized and totalized forms of control. As a starting point we described the history of the introduction of psychoactive drugs in our culture in order to understand the dimension of the consumption in this specific context. The analysis identified the statements thread in the interior of the medicalization device (dispositif) that sustains a form of biopower based on the tripod of “dependence – welfarism – individualism”. ...
En
Psicologia & sociedade. São Paulo SP. Vol. 19, n. 3 (set./dez. 2007), p.88-95.
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