A referência na tradução : a construção do sentido no texto traduzido
Fecha
2019Autor
Co-director
Nivel académico
Maestría
Tipo
Materia
Resumo
De acordo com o mito, a tradução existe desde Babel, em que Deus teria confundido a linguagem dos homens e assim teria surgido entre eles a necessidade de traduzir. Muitos estudos recorrem ao mito em questão como uma alegoria, pontuando a intraduzibilidade entre as línguas, seja pelo ponto de vista do significado ou pela impossibilidade de estabelecer uma relação de equivalência direta entre dois textos. No entanto, se a tradução existe, faz-se necessário discutir a sua existência, ou seja, pen ...
De acordo com o mito, a tradução existe desde Babel, em que Deus teria confundido a linguagem dos homens e assim teria surgido entre eles a necessidade de traduzir. Muitos estudos recorrem ao mito em questão como uma alegoria, pontuando a intraduzibilidade entre as línguas, seja pelo ponto de vista do significado ou pela impossibilidade de estabelecer uma relação de equivalência direta entre dois textos. No entanto, se a tradução existe, faz-se necessário discutir a sua existência, ou seja, pensar em um modo de compreendê-la. A partir da hipótese de que a referência é um importante processo para a construção de sentidos e, portanto, para a construção de sentidos na tradução, buscamos, nos estudos de Willard Quine, Umberto Eco e Eugenio Coseriu, aprofundar a discussão sobre essa questão. Desse modo e a partir da constatação de que é preciso considerar o âmbito discursivo da língua, valemo-nos da reflexão de Paul Ricoeur, em Sobre a Tradução, com vistas a buscar novos elementos que possibilitem pensar a construção do sentido e da referência no discurso. Ricoeur, consolidando uma visão otimista do mito, entendido como um fato, busca um modo de explicar por que a tradução existe. A seguir, a partir das questões levantadas por esse autor, elegemos três aspectos, que foram tomados como princípios condutores de um entendimento e de uma análise da tradução, quais sejam, a hospitalidade linguística, a tradução como uma proposta de sentido e a construção do comparável. Por fim, apresentamos o prefácio do tradutor de Dom Quixote de la Mancha, Ernani Ssó, com o intuito de comentar as próprias observações do tradutor, à luz da reflexão sobre os três princípios extraídos das conferências do livro de Ricoeur, analisando de que maneira o tradutor lida com o sentido e com a referência na tradução. ...
Abstract
According to the myth, translation exists since Babel, when God would have confounded the men’s language and then the necessity of translation would have arisen. Many studies consider the myth as an allegory, pointing an untranslatability between languages, both considering the point of view of meanings and the impossibility to establish a direct equivalence between two texts. However, if translation exists, it is necessary to discuss its existence, that is, it is necessary to think something i ...
According to the myth, translation exists since Babel, when God would have confounded the men’s language and then the necessity of translation would have arisen. Many studies consider the myth as an allegory, pointing an untranslatability between languages, both considering the point of view of meanings and the impossibility to establish a direct equivalence between two texts. However, if translation exists, it is necessary to discuss its existence, that is, it is necessary to think something in order to understand it. Stemming from the hypothesis that reference is an important process to build meaning and, therefore, to build meaning in translation, this research aims, considering studies about reference and translation of Willard Quine, Umberto Eco, and Eugenio Coseriu, to deepen this discussion. In this scenario and stemming from the necessity to consider the discursive scope of the language, a Paul Ricoeur’s reflection about translation is presented, in Sobre a Tradução, in order to seek for new elements that allow to develop a thought about meaning and reference in discourse. Ricoeur proposes an optimist view about the myth and, then, he pursues a way to explicate why translation exists. Hereinafter, gathering some elements of his conferences, three aspects were selected and interpreted as guide principles in order to build an understanding about translation. They are: linguistic hospitality, translation as a proposal of meaning, and the construction of the comparable. Lastly, it is presented, in the third chapter, a translator’s preface of Dom Quixote de la Mancha, Ernani Ssó, in order to comment some translator’s observations, in the light of a reflection about the three principles extracted from the conferences of Ricoeur’s book, evaluating how the translator deal with meaning and reference in translation. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Letras. Programa de Pós-Graduação em Letras.
Colecciones
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Lingüística, Letras y Artes (2874)Letras (1770)
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