Gasto energético em uma sessão contínua e intervalada de um treinamento aeróbico : estudo de caso de um paciente dislipidêmico

Abstract

Introdução: Estudos epidemiológicos indicam que a prevalência de doenças metabólicas vem crescendo mundialmente. Dentre estas, as mais incidentes são as dislipidemias, caracterizadas por distúrbios no controle lipídico. Neste sentido, a diretriz de prevenção e tratamento destas doenças indicam a prática regular de exercícios físicos estruturados buscando atingir o gasto calórico recomendado. O treinamento aeróbico é tido como primordial, considerando a importância do volume e da intensidade para bons resultados nos parâmetros lipídicos. Contudo, ainda não está claro na literatura qual o melhor modelo de treino (contínuo ou intervalado) para esta população atingir um maior gasto calórico. Objetivo: Comparar os efeitos de um treinamento aeróbico de caminhada em uma sessão contínua com uma sessão intervalada sobre o gasto energético em uma paciente dislipidêmica. Métodos: Uma paciente dislipidêmica, pós-menopáusica, 54 anos de idade, sexo feminino. Foram realizadas duas sessões de exercício aeróbico, sendo uma contínua e uma intervalada, em dias diferentes, com duração de 45 minutos cada sessão. Foi utilizado um ergoespirômetro portátil para a coleta dos gases respiratórios durante a caminhada na pista de atletismo, sendo a intensidade do treino controlada pela frequência cardíaca. Resultados: O gasto energético total foi maior no modelo contínuo (137,7 ± 76,45 kcal) do que no modelo intervalado (118,4 ± 66,57 kcal). O gasto energético médio por minuto no modelo contínuo (5,9 ± 0,3 kcal.min-1) foi maior do que no intervalado (5,09 ± 0,43 kcal.min-1). Demais dados coletados, como o consumo de oxigênio médio relativo obtiveram um valor maior no método contínuo (19,65 ± 0,96 ml.kg- 1.min-1) em relação ao método intervalado (16,82 ± 1,45 ml.kg-1.min-1), assim como a frequência cardíaca média também foi maior no modelo contínuo (120 ± 2,14 bpm), comparado ao modelo intervalado (116 ± 12,1 bpm). Conclusão: O presente estudo evidenciou um maior benefício do método contínuo em relação ao método intervalado sobre o gasto energético total, o gasto energético por minuto, o consumo de oxigênio médio relativo e a frequência cardíaca para uma paciente com dislipidemias. Portanto, sugere-se a continuidade do desenvolvimento de estudos relacionados a este tema, buscando quantificar qual método de exercício aeróbico, contínuo ou intervalado, é capaz de ocasionar um maior dispêndio energético em populações com dislipidemias, considerando também as questões relativas à diminuição do impacto mecânico e articular.

Introduction: Epidemiological studies indicate that the prevalence of metabolic diseases has been growing worldwide. Among these, the most incident are dyslipidemias, which are characterized by disturbances in lipid control. The prevention and treatment guideline indicates the regular practice of structured physical exercises in order to achieve the recommended caloric expenditure. Aerobic training is an essential tool, considering the importance of volume and intensity for good results in lipid parameters. However, it is still unclear in the literature which is the best training model (continuous or interval) for this population to achieve a higher caloric expenditure, considering the relation with joint impact. Objectives: To compare the effects of aerobic walking training in a continuous session with an interval session on energy expenditure in a dyslipidemic patient. Methods: Participated in the study a 54-years-old female patient, dyslipidemic and postmenopausal. Two sessions of aerobic exercise were performed, one continuous and one interval, on different days, with a duration of 45 minutes each session. Results: The total energy expenditure was higher in the continuous model (137.7 ± 76.45 kcal) than in the interval model (118.4 ± 66.57 kcal). The mean energy expenditure per minute in the continuous model (5.9 ± 0.3 kcal.min-1) was also higher than in the interval (5.09 ± 0.43 kcal.min-1). Other data collected, such as relative mean oxygen consumption, obtained a higher value in the continuous method (19.65 ± 0.96 ml.kg-1.min-1) than the interval method (16.82 ± 1.45 ml.kg-1.min-1), as well as the mean heart rate was also higher in the continuous model (120 ± 2.14 bpm), compared to the interval model (116 ± 12.1 bpm). Conclusion: The present study showed a greater benefit of the continuous method in relation to the interval method on total energy expenditure, energy expenditure por minute, relative mean oxygen consumption and heart rate for a patient with dyslipidemias. Therefore, it is suggested to continue the development of studies related to this topic, seeking to quantify which method of aerobic exercise is capable to causing a greater energy expenditure in this populations with dyslipidemias, also considering the issues related to the reduction of mechanical and articular impacts.