Alimentos convencionais e a tendência a alimentos alternativos para animais de companhia: uma visão sobre o perfil de tutores e a escolha de alimentos para cães e gatos

Abstract

A indústria pet food tem se moldado diante da dinâmica relação humano-animal. As dietas balanceadas substituíram as sobras de alimentos, surgiram marcas e produtos específicos, entretanto, outro movimento sugerindo o retorno de antigos hábitos alimentares de cães e gatos, baseados em seus ancestrais e, na preocupação com a grande industrialização tem se tornado popular. Diante da ascensão do mercado de produtos alternativos de alimentos para cães e gatos, buscou-se através deste trabalho avaliar diferentes perfis de tutores de cães e gatos, suas relações interespécies e como isso reflete sobre tendências nas escolhas de alimentos para animais de companhia. Para isso foi elaborado um questionário do qual foi distribuído nas principais mídias sociais, 434 respostas foram obtidas e através disto foi feita uma análise descritiva. Dos respondentes 379 eram mulheres, com idades variando principalmente de 18 a 40 anos, com hábito de consumir produtos de origem animal. Os respondentes possuíam mais cães do que gatos. Já os animais em sua maioria eram fêmeas jovens, mas uma parcela expressiva foi composta de animais acima de 7 anos, demonstrando um envelhecimento da população de cães e gatos. Mais da metade dos cães possuía porte pequeno, o que pode ser explicado pela facilidade no manejo e redução de gastos com animais pequenos. Dos tutores, 77 acreditam que seu animal deva alimenta-se de dietas sem produtos de origem animal, número que entre os veganos e vegetarianos é mais expressivo, demostrando que o hábito do tutor influencia nas escolhas alimentares para seus animais. A alimentação dos animais foi baseada em ração comercial associada a outros alimentos como frutas, verduras, comida caseira e sobras, entretanto, os tutores não demonstram controle sobre as quantidades ingeridas pelos animais, agravando o risco ao sobrepeso. O item mais citado como essencial na hora da compra é a qualidade, seguido dos ingredientes da ração. Grande parte dos respondentes já utiliza, ou tem vontade de utilizar a alimentação natural, que se mostrou um nicho oportuno para empreendimentos no setor pet food. A maioria dos tutores acredita que a alimentação natural seja mais saudável que ração comercial, sendo a principal vantagem desta dieta a ausência de ingredientes industrializados, porém o tempo de preparo ainda parece ser um impedimento para os proprietários. Em relação à consulta nutricional, ainda é grande o número de tutores que nunca buscaram informações com profissionais sobre a dieta de seu pet, todavia, a parcela interessada em consulta com um nutricionista é promissora, apesar de não estarem dispostos a investir grandes valores por esse serviço. Através dos resultados aqui obtidos, pode-se perceber que é fundamental o papel do nutricionista para informar o consumidor e orientá-los a escolher uma dieta adequada às suas motivações e ao bem-estar dos animais.

Pet food has shaped itself in front of the human-animal relationship. However, other movements suggesting the return of old eating habits of dogs and cats based on their ancestors and the concern with the great industrialization has become popular. In view of the rise of the market for alternative dog and cat food products, the present study has tried to evaluate different profiles of dog and cat tutors, their interspecies relationships and how this reflects on trends in pet food choices. For that, a questionnaire was elaborated, distributed in the main social media, 434 answers were obtained and through this a descriptive analysis was made. Of the respondents, 379 were women, with ages varying mainly from 18 to 40 years, with a habit of consuming products of animal origin. Respondents had more dogs than cats. The animals were mostly young females, but an expressive plot was composed of animals older than 7 years, demonstrating an aging of the dog and cat population. More than half of the dogs had small size, which can be explained by the ease in handling and reducing small animal expenses. Of the tutors, 77 believe that their animal should be fed diets without products of animal origin, a number that is more expressive among vegans and vegetarians, proving that the habit of the tutor influences the food choices for their animals. Feeding the animals was based on commercial rations associated with other foods such as fruits, vegetables, homemade food and leftovers, however, tutors do not show control over the amounts ingested by the animals, aggravating the risk of being overweight. The most frequently cited item at the time of purchase is the quality, followed by the ingredients of the feed. Most respondents already use or are willing to use natural food, which has proven to be a suitable niche for enterprises in the pet food sector. Most tutors believe that natural food is healthier than commercial food, the main advantage of this diet being the lack of industrialized ingredients, but the preparation time still seems to be an impediment to the owners. Regarding nutritional consultation, there is still a large number of tutors who have never search for information from professionals about their pet's diet, however, the portion interested in consulting a nutritionist is promising, even though they are not willing to invest large amounts in this service. Through the results obtained here, one can see that the role of the nutritionist to inform the consumer and guide them to choose a diet appropriate to their motivations and animal well-being is fundamental.