A presença do som no Grande sertão : veredas

Abstract

É fruto de (re)encontros esse texto: certo é considerar ser seu motor o jogo dos sons no romance Grande Sertão: Veredas do mineiro João Guimarães Rosa e ele fala um pouco de algumas coisas mais. No capítulo homônimo ao título deste trabalho visito reflexões sobre linguística e poética de Jan Mukarovsky e Roman Jakobson, notáveis estudiosos da linguagem que no início do século XX reliam e deslocavam as ideias apresentadas na obra fundadora da linguística moderna, o Curso de Linguística Geral . Se se pode apontar o jogo dos sons como motor dessa escrita, lícito é sinalizar que por outras paragens também passa este escrito. Visito a vida e a linguagem do Rosa de Cordisburgo e dou relevância aos sons e à escuta aí; e ao final do percurso passo por distintos aspectos da linguagem do GS:V , refletindo a partir de Roland Barthes sobre a fala no romance; de Paul Zumthor sobre a voz referenciada e convocada pelo GS:V ; e a partir de Sigmund Freud sobre o sentimento do infamiliar na ordem da língua provocado pelas palavras terrivelmente encantadoras de João Guimarães Rosa.

This text is the fruit of (re)encounters: it is right to consider that the soundplay in the novel Grande Sertão: Veredas by Guimarães Rosa from Minas Gerais is the driving force of this work, and it is about this and about more. In the chapter that is homonym to the title of this work I visit reflections on linguistics and poetry by Jan Mukarovsky and Roman Jakobson, remarkable linguistic scholars who, at the beginning of the 20th century, reread and displaced the ideas presented in the founding work of modern linguistics, Course in General Linguistics. If it is possible to point the soundplay as the driving force of these writings, it is fair to indicate that they go through other places. I visit the life and language of Rosa de Codisburgo and pay attention to sound and listening; and at the end of the path I go through different aspects of the language in GS:V, reflecting from Roland Barthes’ ideas about the speech in the novel, from Paul Zumthor’s ideas about the referenced voice, and from Sigmund Freud’s ideas about the unfamiliar feeling in the language caused by the terrible and enchanting words of Guimarães Rosa.