Vivência de traumas na infância e estigma e o impacto de eventos traumáticos na concentração sérica de citocinas inflamatórias em indivíduos portadores de disforia de gênero (DSM-5)
Fecha
2019Autor
Nivel académico
Maestría
Tipo
Materia
Abstract
Gender Dysphoria (GD) has been more and more studied over the last years. This condition is characterized by marked incongruence between gender experienced and sex assigned at birth. GD is a rare condition, which although prevalence is not yet defined, is estimated in 1:20,000 (or 0.005%) to 1:10,000 (0.0.14%) for transsexual women and in 1: 50,000 (or 0.002%) to 1: 33,333 (or 0.003%). GD individuals are often exposed to rejection, aggression and other forms of hostile expression due to their g ...
Gender Dysphoria (GD) has been more and more studied over the last years. This condition is characterized by marked incongruence between gender experienced and sex assigned at birth. GD is a rare condition, which although prevalence is not yet defined, is estimated in 1:20,000 (or 0.005%) to 1:10,000 (0.0.14%) for transsexual women and in 1: 50,000 (or 0.002%) to 1: 33,333 (or 0.003%). GD individuals are often exposed to rejection, aggression and other forms of hostile expression due to their gender identity, in addition to high rates of childhood maltreatment. These situations place GD individuals at higher risk for psychopathology, which is observed in many studies. The few studies that assess biomarkers in the GD population, so far, focus solely on BDNF. BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor) is a neurotrophin and is related to synaptic plasticity, neuronal survival and normal maturation of neuronal pathways. Chronic stress through BDNF reduction leads to neurogenesis suppression. It has already been observed that, when compared to non-GD individuals, GD individuals present lower BDNF levels. Cytokines act as regulators of our immune system. Both chronic and acute exposure to cytokines, can lead to alterations in neurotransmitters in SNC that can mimic depressive symptoms. Cytokines, such as IL-1β, IL-6, IL-10 and TNF-α, when in abnormal levels, have been associated to a variety of psychiatric disorders, like mood and anxiety disorders. Currently, there are no studies that assess these inflammatory markers in GD individuals. The present study compared trauma exposure in childhood and situations of discrimination between transsexual women and men. Likewise, we sought to compare IL1β, IL-6, IL-10 and TNF-α levels between the groups, in order to search for biological evidence of a higher prevalence of psychopathology in GD individuals, in addition to exposure to discrimination and prejudice. We verified that transsexual women are more exposed to childhood maltreatment than are men (p = .046), similarly, they experience more discrimination than do men (p = .002). In addition, transsexual women also presented higher rates of suicidal thoughts (p <.001) and attempts (p = .001) than did men. However, no significant differences were observed in the assessed cytokine levels between both groups. Our study concluded that GD individuals suffer discrimination from childhood to adulthood, which places these individuals at higher risk of presenting suicidal behavior and other psychopathologies. Likewise, we suggest that GD alone is not a factor that directly influences such inflammatory biomarkers. ...
Resumo
A Disforia de Gênero (DG) vem sendo cada vez mais estudada nos últimos anos. Esta condição é caracterizada por acentuada incongruência entre o gênero vivenciado e o sexo de nascimento. A DG é uma condição rara, cuja prevalência ainda não está bem definida, sendo estimada de 1:20.000 (ou 0,005%) a 1:10.000 (ou 0.014%) para mulheres transexuais e de 1: 50.000 (ou 0,002%) a 1: 33.333 (ou 0,003%) para homens transexuais. Indivíduos com DG estão com frequência expostos a rejeição, agressão e outras ...
A Disforia de Gênero (DG) vem sendo cada vez mais estudada nos últimos anos. Esta condição é caracterizada por acentuada incongruência entre o gênero vivenciado e o sexo de nascimento. A DG é uma condição rara, cuja prevalência ainda não está bem definida, sendo estimada de 1:20.000 (ou 0,005%) a 1:10.000 (ou 0.014%) para mulheres transexuais e de 1: 50.000 (ou 0,002%) a 1: 33.333 (ou 0,003%) para homens transexuais. Indivíduos com DG estão com frequência expostos a rejeição, agressão e outras formas de expressão hostil devido a sua identidade de gênero, além de apresentarem altos índices de maus-tratos na infância. Ambas situações colocam indivíduos com DG em maior risco para psicopatologia, o que é observado em diversos estudos. Os poucos estudos que avaliam biomarcadores na população com DG, até o momento, abordam BDNF. BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor) ou Fator Neurotrófico derivado do Cérebro é uma neurotrofina e está relacionada à plasticidade sináptica, à neurogênese, à sobrevivência neuronal e à maturação normal das vias neuronais. O estresse crônico, através da redução do BDNF, leva à supressão da neurogênese. Já se observou que, quando comparados com indivíduos sem DG, indivíduos com DG apresentam níveis mais baixos de BDNF. Citocinas são reguladores do nosso sistema imune. Tanto a exposição crônica quanto aguda a citocinas, pode levar a alterações de neurotransmissores no SNC que podem mimetizar quadros depressivos. Citocinas, como IL1β, IL-6, IL-10 e TNF-α, quando estão em níveis anormais, tem sido associadas a diversos transtornos psiquiátricos, como Transtornos de Humor e de Ansiedade. Ainda não existem estudos que avaliem estes marcadores inflamatórios em indíviduos com DG. O presente estudo buscou comparar exposição a traumas na infância e situações de discriminação entre mulheres transexuais e homens. Da mesma forma, buscou-se comparar os níveis séricos de IL1β, IL-6, IL-10 e TNF-α entre os grupos, em vistas de buscar evidências biológicas para a maior prevalência de psicopatologia em indivíduos com DG, além da exposição à discriminação e preconceito. Verificamos que mulheres transexuais estão mais expostas a maus-tratos na infância do que homens (p = .046), assim como vivenciam mais situações de discriminação do que homens (p = .002). Da mesma forma, mulheres transexuais também apresentam maiores índices de pensamento (p <.001) e tentativa suicida (p = .001) do que homens. No entanto, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos nos níveis séricos das citocinas avaliadas. Nosso estudo conclui que indivíduos com DG sofrem discriminação da infância a vida adulta, o que os colocam em maior risco para apresentar comportamento suicida e outras psicopatologias. Igualmente, sugere-se que a DG, isoladamente, não é um fator que influencie diretamente em marcadores inflamatórios. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Ciências do Comportamento.
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