Abordagem nutricional com adolescentes com excesso de peso : uma proposta de seis meses de intervenção
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Data
2019Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: O contexto atual da alimentação mundial está associado ao aumento da produção de alimentos processados, a rápida urbanização e a mudança de estilo de vida, que por consequência, levam a uma mudança nos padrões alimentares que favorecem ao desenvolvimento da obesidade. A obesidade na infância e adolescência apresenta-se como um problema de saúde pública, atingindo tanto países desenvolvidos, quanto em desenvolvimento. Estratégias de intervenção para promoção de saúde podem estimular ...
Introdução: O contexto atual da alimentação mundial está associado ao aumento da produção de alimentos processados, a rápida urbanização e a mudança de estilo de vida, que por consequência, levam a uma mudança nos padrões alimentares que favorecem ao desenvolvimento da obesidade. A obesidade na infância e adolescência apresenta-se como um problema de saúde pública, atingindo tanto países desenvolvidos, quanto em desenvolvimento. Estratégias de intervenção para promoção de saúde podem estimular mudanças de comportamentos e melhoria de qualidade de vida (QV) na infância e adolescência. Objetivo: Avaliar as mudanças comportamentais e de consumo de alimentos processados e ricos em gorduras e açúcares, da QV e de parâmetros antropométricos em adolescentes com excesso de peso antes e após uma intervenção nutricional. Metodologia: Trata-se de um estudo experimental com corte transversal. Foram incluídos adolescentes com sobrepeso ou obesidade de escolas de Santa Cruz do Sul/RS. O corte transversal foi realizado mediante a verificação de dados antropométricos (peso/altura = índice de massa corporal (IMC); circunferência de cintura (CC)) e identificação do comportamento alimentar referente as porções consumidas de alimentos gordurosos e açúcares, e através do modelo transtéorico de mudança de comportamento (estágio de mudança, barreiras, benefícios e auto eficácia). Estabeleceu-se risco cardiovascular (RCVS) a partir da classificação da CC. O estudo experimental envolveu a divisão dos adolescentes em dois grupos, intervenção (GI) e controle (GC), e fez-se uma intervenção nutricional com seis meses de duração com o GI. Foram aplicados questionários de identificação de QV e de consumo de alimentos processados, bem como se realizou avaliação antropométrica, antes e após o período. Resultados: Foram incluídos 246 adolescentes, com média de idade de 12,9±1,8 anos, sendo 61% do sexo feminino, 77,3% púberes, 53,3% obesos e 57,3% tinham RCVS. Verificou-se que 87,4% da amostra consumia mais do que 3 porções/dia; e que 53,7%, estava em estágio de preparação. O escore de barreiras (16,9 ± 4,5) foi menor que de benefícios (27,7 ± 5,2) e de autoeficácia (31,1 ± 6,4). A média do escore de benefício foi significativamente mais elevada no grupo com RCVS (28,8 ± 4,5 vs 26,4 ± 5,7; p<0,001). Já no estudo experimental, contou-se com 62 adolescentes em sobrepeso ou obesidade, sendo 37 do GI e 25 do GC, com médias de idades de 13,2±1,5 anos e 13,0±1,8 anos respectivamente. Ambos os grupos tiveram maior participação do sexo feminino. Houveram mudanças significativas no IMC em ambos os grupos [GI (-0,81 ± 2,28; GC (-0,64 ± 1,28)] e CC para o GI (– 3,31 ± 5,47). Considerando a análise pré e pós, constatamos que houve redução significativa no GI do consumo de refrigerante [-0,07 (-0,27 a 0,00)], macarrão instantâneo [-0,03 (-0,07a0,00)] e bolacha recheada [-0,06 (-0,26a0,00)]. O escore total de QV aumentou no GI e reduziu no GC, porém sem relevância estatística intra (p=0,162) ou entre grupos pré (p=0,426) e pós (0,249). Conclusão: Os adolescentes consumiram, em sua grande maioria, mais do que três porções por dia de alimentos gordurosos e açúcares, e o estágio de mudança predominante foi o de preparação. O escore de barreiras foi mais baixo, comparado aos de benefício e de autoeficácia. Na intervenção, foram obtidas mudanças significativas no IMC e na CC, bem como na redução do consumo de alimentos processados (refrigerante, biscoitos com recheio e macarrão instantâneo), assim como uma tendência de melhora na QV. ...
Abstract
Introduction: The current context of world food is associated with increased production of processed foods, fast urbanization, and changes in lifestyle, causing as consequence a change in dietary patterns that favor the development of obesity. Obesity in childhood and adolescence is a public health problem, affecting both developed and developing countries. Intervention strategies for health promotion can, therefore, stimulate behavior changes and also improve quality of life (QoL) in childhood ...
Introduction: The current context of world food is associated with increased production of processed foods, fast urbanization, and changes in lifestyle, causing as consequence a change in dietary patterns that favor the development of obesity. Obesity in childhood and adolescence is a public health problem, affecting both developed and developing countries. Intervention strategies for health promotion can, therefore, stimulate behavior changes and also improve quality of life (QoL) in childhood and adolescence. Objective: To evaluate changes in behavior as well as in the consumption of processed and of fatty foods and sugars, QoL, and anthropometric parameters in overweight adolescents before and after a nutritional intervention. Methodology: Experimental cross-sectional study. Overweight or obese adolescents from schools of Santa Cruz do Sul/RS/Brazil were included. The cross-sectional analysis was conducted using anthropometric data (weight/height = body mass index (BMI), waist circumference (WC)), and assessment of eating behavior concerning the servings of fatty foods and sugars consumed, and through the transtheoretical model of behavior change (stage of change, barriers, benefits, and self-efficacy). The cardiovascular risk was established from the WC classification. The experimental study consisted of distributing the adolescents in two groups, intervention (IG) and control (CG), and a six-month nutritional intervention was carried out with the IG. Questionnaires on QoL and consumption of processed foods were applied, and anthropometric evaluation was carried out, before and after the intervention period. Results: The total sample consisted of 246 adolescents, with a mean age of 12.9 ± 1.8 years, 61% female, 77.3% pubertal, 53.3% obese, and 57.3% had cardiovascular risk. Of the total, 87.4% of the sample consumed more than 3 servings/day; and 53.7% were in the preparation stage. The barrier score (16.9 ± 4.5) was lower than benefits (27.7 ± 5.2) and selfefficacy (31.1 ± 6.4). The mean benefit score was significantly higher in the group with cardiovascular risk (28.8 ± 4.5 vs 26.4 ± 5.7; p < 0.001). In the experimental study, 62 adolescents were overweight or obese, of whom 37 were in the IG and 25 in the CG, with a mean age of 13.2 ± 1.5 years and 13.0 ± 1.8 years, respectively. Both groups had greater participation of females. There were significant changes in BMI in both groups [GI (-0.81 ± 2.28, CG (-0.64 ± 1.28)] and WC for the IG (-3.31 ± 5.47). Considering the pre and post intervention analysis, we found significant reduction in soft drink consumption [-0.07 (-0.27 to 0.00)], instant noodles [-0.03 (-0.07 to 0.00)], and sandwich biscuits [-0.06 (-0.26 to 0.00)] in the IG. The total QoL score increased in the IG and decreased in the CG, however there was no statistical significance intra (p = 0.162) or between groups pre (p < 0.05) = 0,426) and post (0.249) intervention. Conclusion: The adolescents consumed, for the most part, more than three servings per day of fatty foods and sugars, and the predominant stage of change was preparation. The barriers score was lower as compared to the benefits and to self-efficacy scores. In the intervention, significant changes were achieved in BMI and WC, as well as in the reduction of the consumption of processed foods (soft drinks, sandwich biscuits, and instant noodles); there was also a trend of improvement in QoL. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente.
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