Sociabilidade, conflito e resistência : etnografia no viaduto do Brooklyn em Porto Alegre

Abstract

Este trabalho é resultado de minhas reflexões ao longo do últimos anos como aluna vinculada ao Núcleo de Antropologia Visual (NAVISUAL/UFRGS) e se insere em uma linha de pesquisa etnográfica na interface da antropologia urbana com a antropologia visual. Tomo como referência empírica e reflexiva o viaduto Imperatriz Leopoldina, localizado na região central da cidade de Porto Alegre - RS. Constitui-se como temática deste trabalho a análise das dinâmicas socioculturais atreladas ao viaduto que, pela aproximação com a cultura urbana do skate e do hip hop, ficou conhecido por seus habitués como viaduto do Brooklyn. O trabalho consiste num estudo acerca dos usos e representações do viaduto como espaço de lazer, de moradia, de memória e de resistência cultural. Foi desenvolvido sob quatro eixos principais: (1) as formas de sociabilidade predominantes no espaço e os modos de habitar e de fazer; (2) o lazer, a vida noturna e a boêmia na cidade; (3) a memória e a duração e (4) os sentidos políticos da experiência urbana. O estudo etnográfico parte da observação e participação no contexto do viaduto do Brooklyn. Conversas e entrevistas com frequentadores ou habitantes nos arredores, bem como a produção imagética de fotografias e vídeo também foram recursos metodológicos utilizados para o desenvolvimento deste trabalho.

This work is a result of my last years’ study as associate student of Núcleo de Antropologia Visual (NAVISUAL/UFRGS) and it takes place in an ethnographic research area between urban anthropology and visual anthropology. I take as empirical reference the Imperatriz Leopolina viaduct, which is located at inner city of Porto Alegre. This work’s subject matter consists in the analysis of sociocultural dynamics attached to the viaduct, which is known to its habitués, through its relations with the urban culture of skate and hip hop, as Brooklyn Viaduct. The study is about the uses and representations of the viaduct as a place for leisure, habitation, memory and cultural resistance. It was developed from four main aspects: (1) different ways in which one may figure and perform and the prevailing forms of sociability in the space; (2) leisure, night life and bohemia at the city; (3) memory and time, and (4) political senses of urban experience. The ethnographic study figures in the observation of and participation in Brooklyn Viaduct. Talks and interviews with goers or nearby dwellers, as well as photos and videos were my methodological tools to the development of this work.