Construção coletiva : proposta de capacitação em quimioterapia

Abstract

O Ministério da Saúde (MS), através da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), propõe uma estratégia de mudança das práticas de formação, atenção e gestão na saúde. Guiada por esta política pública e buscando atender como rede de apoio as necessidades de conhecimentos sobre a diversidade de tratamentos e protocolos antineoplásicos, surgiu em 2015, a consultoria de Enfermagem Oncológica - Quimioterapia, realizada pelas enfermeiras do ambulatório de quimioterapia do HCPA para as unidades de internação. O estudo teve como objetivo avaliar as consultorias realizadas, propondo uma ação educativa a partir dos dados encontrados. Trata-se de um estudo de caráter exploratóriodescritivo, onde foi realizada uma análise dos dados retrospectivos das consultorias de Enfermagem Oncológica – Quimioterapia, desde sua criação até maio de 2018, completando três anos de coleta de dados. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCPA. No período analisado foram realizadas 92 solicitações de consultoria, 91% destas foram atendidas e 8% foram repetidas ou erradas. O tempo de resposta em 78% dos casos ocorreu em até 3hs. Os principais motivos de requisição das consultorias foram: ordem infusional (66%), orientação de cuidados (18%) e punção do cateter totalmente implantado de longa permanência tipo portocath® (12%). As condutas ocorreram através de orientações pelo computador (64%), presenciais (22%) ou ainda por telefone (14%). Predominantemente as solicitações eram referentes a pacientes internados pela Oncologia (63%) e Hematologia (25%). A partir dos dados foi elaborada uma ação educativa com a finalidade de atender as principais necessidades sinalizadas nas demandas de consultoria. Através de questionário aplicado imediatamente antes e após a atividade, observou-se um desempenho significativamente superior no nível de conhecimento dos participantes. Estes resultados evidenciam que ações educativas, no contexto deste estudo, demonstram ser estratégias efetivas de educação em saúde. Mediante os achados, esta pesquisa incita novos questionamentos sobre o desenvolvimento do conhecimento e de habilidades no processo de trabalho das equipes de saúde.

The Ministry of Health (HM), through the National Policy of Permanent Education in Health (Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, PNEPS), proposes a strategy to change practices in health training, care and management. Guided by this public policy and aiming at acting as a network to support the needs of knowledge about the diversity of anticancer treatments and protocols, the consultancy in Oncologic Nursing - Chemotherapy, performed by nurses of the chemotherapy outpatient clinic of HCPA for the inpatient units, was implemented in 2015. The present study aimed to evaluate the consultancies conducted, proposing an educative strategy based on the results. In this exploratory-descriptive study, retrospective data of consultancies in Oncologic Nursing – Chemotherapy were analyzed since its implementation until May 2018, completing three years of data collection. The study was analyzed and approved by the Research Ethics Committee of HCPA. During that period there was a total of 92 requests for consulting, of which 91% were answered and 8% were repeated or wrong. In 78% of cases, the response was given in up to 3 h. The main reasons for requesting the consultancies were: infusion questions (66%), orientation of care (18%) and puncture of long-term fullydeployed catheter of the portocath® type (12%). The orientation was provided by computer guidance (64%), in person (22%) or by phone (14%). The requests were predominantly related to patients admitted by the Oncology (63%) and Hematology (25%) services. An educative strategy was designed based on the results, aiming to meet the main needs observed in the demands for advice. A questionnaire applied immediately before and after the activity showed a significantly higher performance in the knowledge level of the participants. These results show that educational strategies, in the context of this study, prove effective in the empowerment of health teams. Considering these findings, this study encourages new questions about the development of knowledge and skills in the work process of health teams.