Política monetária e distribuição de renda : um comparativo entre Brasil, Estados Unidos, Irã e Reino Unido

Abstract

Este trabalho tem por objetivo discutir os possíveis efeitos do principal instrumento de política monetária, ou seja, a taxa de juros sobre a distribuição de renda (medida por indicadores como o índice de Gini e a participação da renda da parcela mais rica da população na renda total), para uma seleção de países com base nos níveis de desenvolvimento e regimes de política monetária que podem trazer conclusões pertinentes ao tema. Para isso, buscou-se primeiramente um entendimento da teoria econômica sobre a política monetária, sobre a distribuição de renda e sobre como as duas variáveis podem se relacionar, pelo que se produziu até agora na literatura acadêmica. Finalmente, fez-se uma análise preliminar de dados a partir de quatro países: Brasil, Estados Unidos, Irã e Reino Unido. Os resultados apontaram para uma provável relação forte e positiva entre taxa de juros e distribuição de renda, de modo a sugerir que políticas expansionistas teriam possivelmente algum poder de redistribuir renda de modo mais igual, e que políticas contracionistas podem redistribuir renda de modo mais desigual, e não apenas no curto prazo.

This paper aims to discuss the possible effects of the main monetary policy instrument, ie, the interest rate on the distribution of income (measured by indicators such as the Gini index and income of the richest part of the population in total income), for a selection of countries based on levels of development and monetary policy regimes, which can draw conclusions pertinent to the theme. To do so, we first sought an understanding of economic theory about monetary policy and distribution of income, and about how the two variables can be related, via what was so far produced in the academic literature. Finally, preliminary data analysis was done for four countries: Brazil, the United States, Iran and the United Kingdom. The results pointed to a likely strong and positive relation between interest rates and income distribution, in order to suggest that expansionary policies would possibly have some power to redistribute income more evenly, and that contractionary policies can redistribute income in a more unequal way, and not just in the short term.