Saúde de professores : uma reflexão acerca da Síndrome de Burnout na escola

Abstract

Este trabalho apresenta uma reflexão sobre a Síndrome de Burnout entre docentes da educação básica, abordando a determinação e condicionamento do trabalho sobre a saúde dos trabalhadores da educação. Destaca os determinantes e condicionantes psicossociais e ambientais que os trabalhadores do ensino enfrentam no seu cotidiano, muitas vezes chegando à experiência de adoecimento físico e mental, motivo freqüente entre os afastamentos do trabalho. Apresenta um perfil da Síndrome de Burnout entre os educadores, cotejando informações de estudos analíticos da questão e um levantamento exploratório realizado junto a uma escola municipal de uma cidade de periferia na região metropolitana de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Aponta estratégias de prevenção e promoção da saúde que visam a minimizar os danos já instalados pela Síndrome de Burnout e que potencialmente estimulam uma melhor qualidade de vida entre professores. Com o estudo pode-se detectar que o “padrão de felicidade” dos docentes pertence a uma cultura moral distante dos alunos, o que pode contribuir com a dificuldade de constituir espaços escolares de promoção da aprendizagem e da saúde. Falta aos sindicatos de trabalhadores, reconhecer a relevância de uma agenda relativa à afetividade dos trabalhadores, não apenas jornadas, equipamentos e salários. Os encontros educação-saúde, saúde-trabalho e trabalho-educação contêm fatores de determinação e condicionamento da alegria (produção de encontros de composição de vida) ou da Síndrome de Burnout (desistência, encontros de decomposição de vida). A não observância qualificada da produção de sofrimento no trabalho tanto adoece educadores, quanto deixa de reduzir os riscos e a exposição ao adoecimento pelo trabalho.