Violência obstétrica : um conceito invisível

Abstract

Este trabalho é um estudo de abordagem qualitativa, para a identificação de produções sobre o tema violência obstétrica. Foi usada como metodologia a revisão integrativa, no espaço temporal de Janeiro de 2000 à Outubro 2018, com a busca pelo “termo exato” do descritor Violência Obstétrica nas bases LILACS, SciELO e MEDLINE. Foi realizado um levantamento com 190 artigos aos quais, segundo os critérios de inclusão, foram escolhidos 23 artigos que compõe a amostra final deste estudo. De acordo com as análises realizadas pelos artigos, foram construídas quatro categorias que descrevem as diversas formas de violência identificas: A violência obstétrica: um conceito que se invisibiliza pela polissemia; a violência obstétrica como uma das faces da desumanização do cuidado; a violência obstétrica como produto de relações de poder-saber entre profissionais: coação e reprodução de más práticas; e instituição como norma: violência obstétrica e violência institucional. Os resultados encontrados revelam que a invisibilidade do termo predomina nas publicações acerca do tema, ocasionando uma série de fatores como a banalização do atos de violência e a naturalização deste fenômeno nas instituições de saúde. Portanto, ações que promovam a visibilidade da violência obstétrica devem ser incentivadas afim de combater e prevenir a perpetuação deste fenômeno. Assim como mudança na formação dos profissionais de saúde para um foco mais humanista e menos tecnicista, também é necessário ações voltadas ao empoderamento das mulheres em relação aos seus direitos reprodutivos e o incentivo de mais produções científicas que problematizem a violência obstétrica afim dar mais visibilidade a este tema.

This work is a qualitative study, to identify productions on the topic of obstetric violence. The integrative review was used as a methodology in the space between January 2000 and October 2018, with the search for the "exact term" of the descriptor Obstetric Violence in the databases LILACS, SciELO and MEDLINE. A survey was carried out with 190 articles to which, according to the inclusion criteria, 23 articles were chosen that compose the final sample of this study. According to the analyzes carried out by the articles, four categories were constructed that describe the different forms of violence identified: Obstetric violence: a concept that is invisible by polysemy; obstetric violence as one of the faces of the dehumanization of care; obstetric violence as a product of power-knowledge relations among professionals: coercion and reproduction of bad practices; and institution as a norm: obstetric violence and institutional violence. The results reveal that the term invisibility predominates in publications about the theme, causing a series of factors such as the banalization of acts of violence and the naturalization of this phenomenon in health institutions. Therefore, actions that promote the visibility of obstetric violence should be encouraged in order to combat and prevent the perpetuation of this phenomenon, as well as changes in the training of health professionals to a more humanistic and less technical focus, actions aimed at the empowerment of women in relation to reproductive rights and more should be encouraged scientific productions give more visibility to this topic.