Desenvolvimento e caracterização de revestimentos hidrofóbicos utilizando ácido esteárico sobre aço inoxidável AISI 204

Abstract

Revestimentos hidrofóbicos são definidos através da capacidade de repelir líquidos quando entram em contato com a superfície. Além disso, estes possuem propriedades como anti-aderência, anti-corrosividade, anti-gelo e auto-limpante, tornando-os aplicáveis em diversas áreas industriais, aerotransportes e para fins estéticos. O objetivo desta pesquisa foi baseado no desenvolvimento da solução, aplicação e caracterização do revestimento hidrofóbico à base de ácido esteárico depositado sobre a liga de aço inoxidável AISI 204. Para tal deposição, foi preparada previamente uma solução, a temperatura ambiente, de ácido esteárico e etanol, nas proporções de 1% e 99%, respectivamente. A solução foi colocada em agitação magnética até tornar-se-a homogênea (em torno de 20 minutos). Alguns parâmetros foram utilizados para se obter resultados diferentes afim de comparação, como tempo de espera até as amostras serem analisadas e modificação superficial (rugosidade). O filme aplicado foi analisado através das técnicas de ângulo de contato, espectroscopia de impedância eletroquímica, polarização potenciodinâmica, assim como ensaios de corrosão acelerada em câmara úmida e névoa salina. Através destas técnicas foi possível observar a hidrofobicidade do revestimento e a resistência à corrosão. Os resultados obtidos com a diferença no tempo do início das análises foram significativos, visto que as amostras envelhecidas apresentaram melhores resultados a resistência à corrosão do que as demais, mostrando que há influência. Da mesma forma a modificação superficial (rugosidade) pode ser notada que também há influência no aumento do ângulo de contato das amostras, pois, as amostras com jateamento apresentaram resultados de até 141,80° em comparação com as amostras lisas que chegaram no máximo em 120,63°. Nos 5 ensaios eletroquímicos, no geral, as amostras com revestimento e jateadas mostraram melhores resistência à corrosão quando comparadas com as lisas do seu grupo, assim como qualquer amostra com revestimento obteve melhor resultado do que as brancas. Nos ensaios de corrosão acelerada as amostras com revestimento e lisas demonstraram melhores resultados do que as amostras jateadas, pois apenas as amostras L2 e EL2 apresentaram corrosão V1, corrosão vermelha localizada, dentre as amostras sem modificação da estrutura superficial no ensaio de névoa salina. Portanto, é possível concluir que o método utilizado para obter as superfícies hidrofóbicas foi alcançado, conferindo ao material aplicado resistência à corrosão mesmo em períodos mais longos e/ou em meios corrosivos.