Programação como forma de vida : uma crítica ao representacionalismo na teoria da computação
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Data
2018Autor
Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Graduação
Outro título
Computer programming as form of life : a critique of representationalism in theory of computation
Assunto
Resumo
Partiremos da hipótese de que a comunicação entre programador e máquina pode ser reduzida a duas grandes categorias: (A) comunicação direta ou (B) comunicação indireta. Diretamente, o programador comunica-se através da linguagem primitiva da máquina (seu conjunto de instrução); indiretamente, através de alguma linguagem de programação. Tradicionalmente, as linguagens de programação são analisadas segundo, de um lado, a sua sintaxe e, de outro, a sua semântica. A tradição semanticista das lingua ...
Partiremos da hipótese de que a comunicação entre programador e máquina pode ser reduzida a duas grandes categorias: (A) comunicação direta ou (B) comunicação indireta. Diretamente, o programador comunica-se através da linguagem primitiva da máquina (seu conjunto de instrução); indiretamente, através de alguma linguagem de programação. Tradicionalmente, as linguagens de programação são analisadas segundo, de um lado, a sua sintaxe e, de outro, a sua semântica. A tradição semanticista das linguagens de programação sugere a necessidade de que a comunicação entre programador e máquina envolva a troca de alguma espécie de conteúdo semântico, apreensível pela máquina e compreensível pelo usuário. A tradição operacional, por sua vez, argumenta pela suficiência das operações definidas por cada linguagem e adequadamente traduzidas para cada arquitetura particular de computador. A partir da hipótese acima e da recente literatura acerca da comunicação indireta, a presente monografia buscará oferecer uma análise filosófica da computação com base no modelo proposto por Alan Turing em 1936 Como iremos argumentar, a partir da teoria das máquinas de Turing, podemos extrair as seguintes consequências: (i) o fenômeno da computação consiste no processo de manipulação simbólica; (ii) toda computação é efetuada por algum sujeito e (iii) esse sujeito é o computador. O conceito de linguagem de programação será então introduzido como conjunto de instrução e o de compilador como transformador sintático entre instruções de diferentes conjuntos. Como veremos, tais conceitualizações tornarão possível a dissolução do argumento da equivalência de entrada e saída, um dos argumentos com base em que o representacionalismo na computação, na reconstrução a ser oferecida, buscará se sustentar Para tanto, argumentaremos pela existência de um elo conceitual entre o conceito de número do Tractatus e o conceito de número computável de Turing: em ambos, a noção metamatemática de manipulação simbólica é fundamental – no caso de Wittgenstein, é central como o método da matemática; no caso de Turing, central como o método do computador. Ao final, a crítica ao representacionalismo na computação será finalizada com base na perspectiva sugerida por Juliet Floyd em artigo recente: a saber, a partir da perspectiva do uso dos computadores. O conceito wittgensteiniano de forma de vida será então introduzido como um possível catalisador da multiplicidade essencial da computação, resolvendo o problema da ambiguidade proposto por Sprevak e concluindo a crítica. ...
Abstract
We will start from the hypothesis that the communication between programmer and machine can be reduced to two broad categories: (A) direct communication or (B) indirect communication. Directly, the programmer communicates through the primitive language of the machine (its instruction set); indirectly, through some programming language. Traditionally, programming languages are analyzed according to, on the one hand, their syntax, on the other hand, their semantics. The semantical tradition of pr ...
We will start from the hypothesis that the communication between programmer and machine can be reduced to two broad categories: (A) direct communication or (B) indirect communication. Directly, the programmer communicates through the primitive language of the machine (its instruction set); indirectly, through some programming language. Traditionally, programming languages are analyzed according to, on the one hand, their syntax, on the other hand, their semantics. The semantical tradition of programming languages suggests that the communication between programmer and machine necessarily involves the exchange of some kind of machine-readable semantic content that is both comprehensible to the user and to the machine. The operational tradition, in its turn, argues for the sufficiency of operations defined by each language and appropriately translated for each particular computer architecture. From the above hypothesis and the recent literature about indirect communication, this monograph will seek to offer a philosophical analysis of computation based on the model proposed by Alan Turing in his 1936 As we shall argue, from his theory of machines, we can draw the following consequences: (i) the phenomenon of computation consists in the process of symbolic manipulation; (ii) all computation is performed by some subject and (iii) this subject is the computer. The concept of programming language will then be introduced as instruction set architecture (ISA) and compiler as sintatical transformer between statements from different sets. As we shall see, such conceptualizations will make possible the dissolution of the inputoutput equivalence argument, one of the arguments on the basis that representationalism in theory of computation, in the reconstruction to be offered, will seek to sustain itself. For this, we will argue for the existence of a conceptual link between the concept of Tractatus number and Turing’s concept of computable number: in both, the metamathematical notion of symbolic manipulation is fundamental - in the case ofWittgenstein, is central as the method of mathematics; in the case of Turing, central as the method of the computers In the end, the critique of representationalism in computing will be finished based on the perspective suggested by Juliet Floyd in a recent article: namely, from the perspective of use of computers. The wittgensteinian concept of form of life will then be introduced as a possible catalyst for the essential multiplicity of computation, solving the problem of ambiguity proposed by Sprevak, and concluding the critique. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Curso de Filosofia: Bacharelado.
Coleções
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TCC Filosofia (104)
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