Imperialismo monetário? : poder, dinheiro e a influência alemã na zona do euro

Abstract

No Sistema Internacional que foi constituído desde o Tratado de Westfália em 1648, as relações econômicas entre os Estados sempre tiveram tanta importância quanto as relações políticas. Desde então, essas relações foram, na maioria das vezes, abordadas de maneira separada. A Economia Política Internacional surgiu nos anos 1970 para incorporar à análise econômica os aspectos políticos dessas relações. Enquadrando-se nessa linha de pensamento, que envolve aspectos econômicos e políticos, o trabalho a seguir tem como objetivo entender a influência e o poder monetário que a Alemanha potencialmente exerce sobre os demais países da União Monetária Europeia. Para alcançá-lo, esta pesquisa analisa o surgimento da zona monetária europeia e avalia em que medida as instituições nela formada se assemelham e se diferenciam das instituições monetárias alemãs. O trabalho busca como objetivo específico, por meio da literatura, retomar os conceitos de imperialismo para entender o que seria o Imperialismo Monetário e refletir sobre a aplicação de tal conceituação para o caso alemão na Zona do Euro. Com base em dados empíricos, busca-se analisar o quanto a Alemanha e os demais países ganharam ou perderam em termos econômicos ao unirem-se no arranjo em torno do Euro. A hipótese do trabalho é de que a Alemanha pode ser considerada um imperialista monetário na zona monetária europeia, não pela exportação de sua moeda, mas pela exportação de suas instituições monetárias.

In the International System, that have been in place since Westphalia Treaty, in 1648, the economic relations among States have always had much importance as political ones. Since then, these relations were, for most of the time, approached separately. The field of International Political Economy was created in the 1970’s to incorporate in the economic analysis the political aspects. Using this approach, that considers economic as well as political aspects, this thesis aims to understand the influence and the monetary power that Germany has over the other countries that are part of European Monetary Union. To achieve this goal, this work analyzes the creation of the European monetary zone and assess in which ways the institutions built under its construction are similar or distinct from the German ones. This thesis seeks as its specific goal, also, based on literature, to retrieve the concept of imperialism to understand what is the meaning of Monetary Imperialism and to apply this concept to the German role in the Eurozone. By focusing on empirical data, it seeks to analyze how much Germany and the other countries have won or lost in economic terms by joining the currency union around the Euro. Our hypothesis is that Germany can be considered a monetary imperialist in the European monetary zone, not by exporting its currency, but by exporting its monetary institutions.