Efeitos da dança sobre o nível de atividade física de crianças e adolescentes : uma revisão sistemática

Abstract

Introdução: A diminuição dos níveis de atividade física (AF) das crianças e o aumento do comportamento sedentário influenciam no desenvolvimento da aptidão física, aumentando os riscos de doenças crônicas. Atividades extracurriculares, como a dança, podem auxiliar no aumento dos níveis de AF, devido a de altas taxas de aderência. Porém, não está claro se a intensidade e o nível de atividade física atingidos durante as aulas de dança são suficientes para gerar adaptações no condicionamento físico de crianças. Objetivo: conduzir uma revisão sistemática sobre os efeitos da dança no nível de atividade física, capacidade aeróbia, gordura corporal e perfil lipídico de crianças e adolescentes. Métodos: a busca de estudos foi realizada na base de dados PUBMED, incluindo diferentes delineamentos (ECR, transversais, corte), crianças entre 6-19 anos que praticassem dança regularmente, e desfechos sobre o nível de atividade física, respostas cardiorrespiratórias, perfil lipídico e composição corporal. Dois revisores independentes extraíram os dados. Resultados: 1339 artigos encontrados, 83 analisados na integra, e 32 incluídos na revisão. Conclusão: Os estudos são muito heterogêneos em relação aos desenhos experimentais, medidas de avaliações e pontos de corte de instrumentos, além da variedade de estilos estudados e a escassez de ECR. Porém, os resultados indicam maior tempo total de aula (minutos), gasto em níveis de AF moderada-vigorosa em estilos como hip hop e dança escocesa, bem como melhoras no perfil lipídico e composição corporal em relação a indivíduos obesos e com sobrepeso. Há poucos dados sobre a influência da dança na capacidade aeróbia, dificultando conclusões.

Introduction: Low levels of physical activity (PA) in children and increased sedentary behavior have a negative impact on physical fitness components, increasing the risk for developing chronical diseases. Extracurricular activities, particularly dancing, may contribute to increased levels of PA. Besides that, dance classes have great levels of adherence and low cost. However, little is known about the physiological responses of dance classes for children and adolescents. Objectives: To conduct a systematic review verifying the effects of dance classes on levels of physical activity, maximal oxygen consumption (VO2max.), lipid profile and body composition (weight, BMI and %fat) of children and adolescents. Methods: Data source: PUBMED. Inclusion criteria: studies of different experimental designs (randomized and non-randomized control trails (RCTs and n-RCT), cross-sectional, coorte and quasi-experimental), children between 6-19 years of age (practicing dance regularly). Outcomes of interest: levels of physical activity (primary outcome), maximal oxygen consumption (VO2max.), lipid profile and body composition (weight, BMI and %fat). Two independent reviewers extracted the data. Results: A total of 1339 articles were retrieved; 83 full texts were assessed for eligibility and 32 articles met the inclusion criteria. Conclusions: Studies are very heterogeneous about their experimental designs, measurements of assessment, and cut-off points and dance styles. Also, a lack of RCTs was identified. Even though, the results from the included studies in this review indicate an increase on time spend on class, at moderate-to-vigorous intensity levels of physical activity, mainly in styles such as hip hop and Scottish dance. Improvements in lipid profile and body composition were mostly found in overweight and obese children. Results about cardiorespiratory fitness are inconclusive.