Estudo do efeito do estresse e do fotoperíodo sobre ritmos de temperatura central e de atividade e repouso
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Data
2015Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Graduação
Resumo
O estilo de vida moderno criou uma necessidade de ter-se produtividade cada vez maior, extrair-se o máximo possível do tempo disponível. Com isso, desenvolveram-se novas rotinas de trabalho, como shift-work (trabalho de turno), que permitem execução de tarefas em horários diversos devido ao advento da luz elétrica. Também aumentou-se o grau de cobrança, com cargas de trabalho muitas vezes tão grandes que precisam ser levadas para casa, ocupando parte do tempo de lazer já tornado escasso devido ...
O estilo de vida moderno criou uma necessidade de ter-se produtividade cada vez maior, extrair-se o máximo possível do tempo disponível. Com isso, desenvolveram-se novas rotinas de trabalho, como shift-work (trabalho de turno), que permitem execução de tarefas em horários diversos devido ao advento da luz elétrica. Também aumentou-se o grau de cobrança, com cargas de trabalho muitas vezes tão grandes que precisam ser levadas para casa, ocupando parte do tempo de lazer já tornado escasso devido ao “terceiro turno” de tarefas domésticas. Porém, estudos já demonstraram efeitos patológicos destas rotinas. Foram estabelecidas conexões entre o afastamento dos indivíduos do padrão de iluminação natural e diversas doenças como síndromes metabólicas, infertilidade e transtornos mentais, além de levar a alterações na integridade dos ritmos biológicos, que são muito influenciados pela luz. O estresse crônico, por sua vez, também apresenta influência tanto sobre o sistema circadiano – que sincroniza os ritmos biológicos com periodicidade de cerca de um dia – quanto sobre processos de saúde-doença física e mental. Modelos animais foram desenvolvidos para estudar os mecanismos envolvidos na relação entre exposição a padrões de luz-escuridão diferentes, ou exposição a situações estressantes, e alterações nos ritmos circadianos e nos processos fisiológicos. Porém, até hoje não há descritos na literatura modelos que associem mudanças de iluminação e estresse em um mesmo protocolo, o que representaria uma mimetização mais condizente com o que experimentamos em nosso dia-a-dia. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é estabelecer um modelo experimental para estudar o impacto da combinação de manipulação do fotoperíodo a estresse crônico sobre os ritmos biológicos, principalmente de atividade-repouso e temperatura central. Camundongos BALB/c foram randomizados em 4 grupos experimentais: CT (Controle), CMS (Chronic Mild Stress, Estresse Crônico Moderado), PP (Photoperiod, Fotoperíodo) e PP+CMS (Fotoperíodo + Estresse Crônico Moderado). Os grupos CT e CMS permaneceram sob 12:12h claro-escuro (CE) ao longo de todo o experimento. Os camundongos do grupo CT não passaram por nenhuma 5 intervenção, enquanto os do grupo CMS foram submetidos ao protocolo de estresse crônico. Os grupos PP e PP+CMS passaram por 4 ciclos de 10:10h CE (retornando a 12:12h CE ao final da manipulação do fotoperíodo), após os quais o grupo PP não foi mais perturbado e o grupo PP+CMS foi submetido ao protocolo de estresse. Todos os animais tiveram seus ritmos de temperatura central e atividade-repouso registrados durante todo o experimento e os parâmetros acrofase, amplitude e %VE foram calculados e comparados entre grupos e fases do experimento. Encontramos um atraso de fase nas acrofases de ambos os ritmos analisados durante o período de alteração do ciclo claro-escuro, com uma redução na amplitude do ritmo de temperatura. Também observamos um adiantamento de fase em ambas acrofases acompanhado de menor %VE durante a aplicação do protocolo de estresse crônico. O grupo PP+CMS, que passou por ambas as intervenções, foi o mais afetado, perdendo inclusive a robustez de seu ritmo de atividade durante o estresse crônico. Todos os parâmetros dos 4 grupos retornaram aos níveis basais após o término das intervenções, demonstrando a capacidade de recuperação do sistema circadiano. O modelo foi estabelecido com sucesso, evidenciando alterações nos ritmos de atividade e temperatura semelhantes às descritas na literatura quando do uso de cada intervenção isoladamente e demonstrando que os ritmos são afetados de forma mais pronunciada quando os protocolos são utilizados de forma conjunta. Estes resultados salientam a importância de estudar-se mais profundamente como esses fatores, alterando o funcionamento do relógio biológico, podem causar outras mudanças fisiológicas e distúrbios de comportamento e, potencialmente, levar ao desenvolvimento de transtornos mentais. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Ciências Básicas da Saúde. Curso de Biomedicina.
Coleções
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TCC Biomedicina (277)
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