Revisão e descrição das espécies do Clado “P” sensu Bockmann, 1998 (Ostariophysi: Siluriformes: Heptapteridae)
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2014Tutor
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Resumo
A família Heptapteridae é endêmica da região Neotropical e um dos principais componentes da ordem Siluriformes da fauna de cabeceira de rios da América do Sul e Central (Bockmann, 1998). São peixes de pequeno e médio porte composta por 31 gêneros válidos. O gênero Heptapterus inclui 11 espécies amplamente distribuídas na região Neotropical (Suriname até Buenos Aires). Bockmann (1998) propôs em sua tese não publicada, 11 clados monofiléticos na família dentre eles o chamado clado “Ps”, aparentad ...
A família Heptapteridae é endêmica da região Neotropical e um dos principais componentes da ordem Siluriformes da fauna de cabeceira de rios da América do Sul e Central (Bockmann, 1998). São peixes de pequeno e médio porte composta por 31 gêneros válidos. O gênero Heptapterus inclui 11 espécies amplamente distribuídas na região Neotropical (Suriname até Buenos Aires). Bockmann (1998) propôs em sua tese não publicada, 11 clados monofiléticos na família dentre eles o chamado clado “Ps”, aparentado com as espécies do gênero Heptapterus. Reconheceu três morfótipos pertencentes a este clado para os sistemas costeiros do sul do Brasil (rios Araranguá, Cubatão, Itajái-Açu, Tubarão, Mampituba, Jacuí, Tramandaí e sistema da laguna dos Patos) e bacia do rio Uruguai, sendo um morfótipo endêmico deste último sistema. Eles apresentam os seguintes caracteres diagnósticos: boca ventral; ramo pós-orbital do canal sensorial supra-orbital ausente; barbilhão maxilar não atingindo a origem da nadadeira peitoral; tronco com padrão de pigmentação “marmoreado” e focinho cônico. O objetivo do presente estudo é revisar e descrever as espécies do clado “Ps” sensu Bockmann (1998), utilizando técnicas morfológicas e moleculares de obtenção de dados. As análises morfométricas e merísticas possibilitaram a definição de 3 morfótipos, denominados aqui de Heptapterus sp. 1, Heptapterus sp. 2 e Heptapterus sp. 3. Heptapterus sp. 1 difere de H. sp. 2 pela largura do corpo próximo a inserção da nadadeira pélvica (8,2-9,1% do Comprimento Padrão-CP vs. 9,3-11,8 % do CP, respectivamente). Heptapterus sp. 1 difere de H. sp. 3 no número de raios da nadadeira anal (11-13 raios vs. 15-18 raios, respectivamente); largura do corpo próximo a inserção da nadadeira peitoral (12,1-13,6 % do CP vs. 14,2-15,9 % do CP, respectivamente); largura do corpo próximo a inserção da nadadeira pélvica (8,2-9,1 % do CP vs. 9,6-11,6 % do CP, respectivamente); altura do corpo (9,3-11,4 % do CP vs. 12,6-16,4 % do CP, respectivamente); distância pré- dorsal (33,8-36,4 % do CP vs. 37,8-39,6 % do CP, respectivamente); distância medida da inserção do primeiro raio da nadadeira pélvica até a inserção do primeiro raio da nadadeira anal (26,6-30,8 % do CP vs. 21,1-25,4 % do CP, respectivamente); comprimento do pedúnculo caudal (21,8-24,9 % do CP vs. 17,7-20,8 % do CP, respectivamente); comprimento da base da nadadeira anal (12,7-14,6 % do CP vs. 17,3-20,8 % do CP, respectivamente); comprimento da nadadeira anal (16,7-18,5 % do CP vs. 21,0-24,9 % do CP, respectivamente); altura da cabeça medida na posição dos olhos (44,5-48,3 % do CP vs. 51,0-56,1 % do CP, respectivamente); e comprimento do barbilhão maxilar ( 49,9-58,9 % do Comprimento da cabeça-CC vs. 59,9-70,7 % do CC, respectivamente). Heptapterus sp. 2 difere de H. sp. 3 pelo número de raios da nadadeira anal (11-14 raios vs. 15-18 raios, respectivamente); distância medida da inserção do primeiro raio da nadadeira pélvica até a inserção do primeiro raio da nadadeira anal (25,9-28,7 % do CP vs. 21,1-25,4 % do CP, respectivamente); comprimento da base da nadadeira anal (12,9-16,9 % do CP vs. 17,3-20,8 % do CP, respectivamente). A análise osteológica permitiu diagnosticar um quarto morfótipo denominado de Heptapterus sp. 4. Heptapterus sp. 1 e H. sp. 2 difere de H. sp. 3 e H. sp. 4 pela morfologia da fontanela posterior (delgada em relação a sua porção posterior vs. não delgada, respectivamente). Heptapterus sp. 1 difere de H. sp. 2, H. sp. 3 e H. sp. 4 pela morfologia da margem do osso lateral etmoide (muito côncavo vs. pouco côncavo ou concavidade central acentuada, respectivamente). Heptapterus sp. 4 difere de H. sp. 1, H. sp. 2 e H. sp. 3 pela morfologia da margem do osso lateral etmoide (concavidade central acentuada vs. pouco côncavo, respectivamente); pela morfologia da margem do osso cleitro (concavidade central acentuada vs. pouco côncavo ou sem concavidade, respectivamente). Heptapterus sp. 3 difere de H. sp. 1, H. sp. 2 e H. sp. 4 pelo número de vértebras (16 vértebras pré- caudais + 36 vertebras caudais vs. 18 vértebras pré-caudais + 39 vertebras caudais, respectivamente); pela morfologia da margem posterior do cleitro (sem concavidade central vs. com concavidade central, respectivamente). Para análise molecular utilizando o gene mitocondrial CO-I (Citocromo C Oxidase I), os resultados mostram 4 grupos genéticos: bacia do rio Tramandaí (H. sp. 1), bacia da laguna dos Patos drenagem Alto-Jacuí (H. sp. 2), Taquari-Antas (H. sp. 3) e um outro grupo genético diferente para a bacia do rio Mampituba refutando a hipótese de apenas um morfótipo (H. sp. 1) coexistindo nas bacias dos rios Tramandaí, Mampituba e Araranguá. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências. Curso de Ciências Biológicas: Ênfase Ambiental: Bacharelado.
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