Gestos e resistência : imagem e montagem do pensamento
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Date
2017Type
Subject
Abstract in Portuguese (Brasil)
Nos últimos oito anos, desde 2009, o mundo vem presenciando ondas crescentes de levantes populares que têm sacudido, em seus agires micropolíticos, algumas estruturas. Protestos, manifestações, marchas e ocupações que, de diferentes recantos, insurgem enquanto remontagens do sujeito em sua dimensão coletiva. Este ensaio encontra em Didi-Huberman, mais especificamente em sua exposição Soulevements (Levantes), elementos para pensar conceitualmente a montagem sacudida pelos acontecimentos político ...
Nos últimos oito anos, desde 2009, o mundo vem presenciando ondas crescentes de levantes populares que têm sacudido, em seus agires micropolíticos, algumas estruturas. Protestos, manifestações, marchas e ocupações que, de diferentes recantos, insurgem enquanto remontagens do sujeito em sua dimensão coletiva. Este ensaio encontra em Didi-Huberman, mais especificamente em sua exposição Soulevements (Levantes), elementos para pensar conceitualmente a montagem sacudida pelos acontecimentos políticos atuais. Didi-Huberman monta essa exposição pensando em cinco tempos, cinco gestos que vão do micro ao macro, a saber: o gesto da fúria inquieta, o gesto intensivo de um corpo que grita, o gesto de clamor da palavra, o gesto de inflamação coletiva dos vagalumes e o gesto de sobrevivência para além do seu desaparecimento. Através de algumas imagens da exposição e da obra “Carta ao Pai”, de Elida Tessler, traça-se alguns elementos para pensar a montagem como modo de expor visualmente as descontinuidades do tempo que atuam em todas as sequências da história, modos de organizar – de desmontar, de analisar e também de contestar – o próprio horizonte de nosso tempo. Por fim, com subsídio de Dardot, Laval, Negri e Hardt, chega-se à ideia de desmontagem do neossujeito, deste sujeito contemporâneo e neoliberal do qual o desejo é tomado como um novo poder, espaço ininterrupto de disputa. No entanto, a produção de um comum – resgatada pelo drapeado dos levantes atuais – é aqui evocada enquanto gesto efetivo de resistência. ...
Abstract
For the last eight years, since 2009, the world has been witnessing crescent waves of popular uprisings that have been shaking some structures within its micropolitical actions. Protests, manifestations, marches and occupa-tions, from different corners, thatrise against while reassemblies of the subject in its collective dimension.This essay finds in Didi-Huberman, more specifically in his exposition Soulevements (Uprisings), elements to concep-tually think the montage shaken by the current pol ...
For the last eight years, since 2009, the world has been witnessing crescent waves of popular uprisings that have been shaking some structures within its micropolitical actions. Protests, manifestations, marches and occupa-tions, from different corners, thatrise against while reassemblies of the subject in its collective dimension.This essay finds in Didi-Huberman, more specifically in his exposition Soulevements (Uprisings), elements to concep-tually think the montage shaken by the current political events. Didi-Huberman installs this exposition thinking about five times, five gestures, from micro to macro, namely: the gesture of the restless fury, the intensive ges-ture of a body that screams, the gesture of clamor of the word,the gesture of the collective inflammation of fire-flies and the gesture of survival beyond its fade. Through some images of the exposition and the work “Carta ao Pai”, from Elida Tessler, some elementsare sketched to think the montage as way of visually expose the discon-tinuities of time that act in all history sequences, manners to organize – to dismount, to analyze and also to con-test – the own horizon of our time. Lastly, with subsidies from Dardot, Laval, Negri e Hardt, it comes to the idea of disassembly of the neo-subject, this contemporary and neoliberal subject of which the desire is taken as a new power, uninterrupted space of dispute. However, the production of a common – rescued by the drape of the cur-rent uprisings – it is here evoked whereas an effective gesture of resistance. ...
Resumen
En los últimos ocho años, desde el 2009, el mundo ha visto crecientes olas de movidas populares que han estre-mecido algunas estructuras con sus actuaciones micro políticas. Protestos, manifestaciones, marchas y ocupacio-nes que, desde diferentes rincones, insurreccionan como nuevos montajes del sujeto en su dimensión colectiva. Este ensayo encuentra en Didi-HUberman en su exposición Soulevements (Movidas) elementos para pensar conceptualmente el montaje, que ha estremecido por los acontecimien ...
En los últimos ocho años, desde el 2009, el mundo ha visto crecientes olas de movidas populares que han estre-mecido algunas estructuras con sus actuaciones micro políticas. Protestos, manifestaciones, marchas y ocupacio-nes que, desde diferentes rincones, insurreccionan como nuevos montajes del sujeto en su dimensión colectiva. Este ensayo encuentra en Didi-HUberman en su exposición Soulevements (Movidas) elementos para pensar conceptualmente el montaje, que ha estremecido por los acontecimientos políticos actuales. Didi-Huberman monta esa exposición pensando en cinco tiempos, cinco gestos que van del micro al macro, siendo ellos: el gesto de la furia inquieta; el gesto intensivo de un cuerpo que grita; el gesto de clamor de la palabra; el gesto de infla-mación colectica de las luciérnagas y el gesto de sobrevivencia más allá de su desaparecimiento. A través de algunas imágenes de la exposición juntamente con la obra “Carta al padre” de Elida Tessler, algunos elementos se plantean para pensar el montaje como modo de exponer visualmente las discontinuidades del tiempo, las cua-les actúan en todas las secuencias de la historia, modos de organizar –desmontar, analizar, y también contestar– el propio horizonte de nuestro tiempo. Finalmente, con la ayuda de Dardot, Laval, Negri y Hardt se llega a la idea de desmontaje del neo sujeto, este sujeto contemporáneo y neoliberal que se toma el deseo como nuevo poder, espacio ininterrumpo de disputa. Sin embargo, la producción de un común –rescatado por el drapeado de las movidas actuales– es evocada en cuanto gesto efectivo de resistencia. ...
In
Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. Vol. 4, n. 2, (jul./dez. 2017), p. 28-48
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