"Eu me sinto no topo do mundo usando Lolita" : individualidade e produção do feminino através de uma moda urbana
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Data
2016Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
Este trabalho resulta de um exercício etnográfico realizado junto a seguidores brasileiros da moda urbana Lolita, estilo japonês criado em Tóquio na década de 1970 e inspirado no vestuário de bonecas vitorianas combinado com elementos do rococó e da cultura pop nipônica. A estética se difundiu pelo mundo, sobretudo com a expansão da internet, a partir dos anos 1990. Exploro a experiência de vestir Lolita e, através desta, a percepção de si e a produção de individualidades associadas à performan ...
Este trabalho resulta de um exercício etnográfico realizado junto a seguidores brasileiros da moda urbana Lolita, estilo japonês criado em Tóquio na década de 1970 e inspirado no vestuário de bonecas vitorianas combinado com elementos do rococó e da cultura pop nipônica. A estética se difundiu pelo mundo, sobretudo com a expansão da internet, a partir dos anos 1990. Exploro a experiência de vestir Lolita e, através desta, a percepção de si e a produção de individualidades associadas à performance de gênero. Por meio de uma abordagem do tipo qualitativa, com entrevistas presenciais, questionários publicados em comunidades da rede social Facebook e observação participante online e off-line, procuro demonstrar como esta indumentária específica reitera o excesso como signo do feminino, mesmo quando usada sobre corpos de homens. Além disso, busco identificar sentidos, valores culturais e conflitos partilhados por pessoas cujas afinidades convergem para a montagem de um figurino que corresponde a um conjunto de normas. Observo, ainda, a construção de sociabilidades online e off-line, ambientes essenciais e relacionais na produção de sujeitos, na obtenção e na circulação de bens e imagens que constituem e compõem o figurino e na elaboração de ideias de pertencimento e coesão. O emprego de diferentes verbos para marcar o engajamento na prática – vestir/usar Lolita ou ser lolita – indicará formas variadas de praticar essa estética – para alguns, é hobby; para outros, estilo de vida. Ambos os casos parecem apontar para arranjos criativos de produção de si como ação reativa de sujeitos ao que consideram ser uma massificação das aparências. ...
Abstract
This work is the result of an ethnographic exercise accomplished with Brazilian followers of urban fashion Lolita, a Japanese style created in Tokyo in the 1970s and inspired by Victorian doll clothing combined with rococo elements and Japanese pop culture. The aesthetics spread throughout the world, especially with the expansion of the internet, from the 1990s. I explore the experience of dressing Lolita and, through it, the perception of self and the production of individualities associated w ...
This work is the result of an ethnographic exercise accomplished with Brazilian followers of urban fashion Lolita, a Japanese style created in Tokyo in the 1970s and inspired by Victorian doll clothing combined with rococo elements and Japanese pop culture. The aesthetics spread throughout the world, especially with the expansion of the internet, from the 1990s. I explore the experience of dressing Lolita and, through it, the perception of self and the production of individualities associated with the performance of gender. By a qualitative approach, with face-to-face interviews, questionnaires published in communities of the social network Facebook and participant observation online and offline, I try to demonstrate how this specific outfit reiterates the excess as a sign of the feminine, even when used on men’s bodies. In addition, it seeks to identify meanings, cultural values and conflicts shared by people whose affinities converge to the assembly of a costume that corresponds to a set of rules. It is also observed the construction of online and offline sociabilities, essential and relational environments in the production of subjects, in the acquisition and circulation of goods and images that constitute and compose the costumes and in the elaboration of ideas of belonging and cohesion. The use of different verbs to mark engagement to the practice – e dressing/wearing Lolita or being lolita - will indicate various ways of practicing this aesthetic – for some, it is a hobby; for others, lifestyle. Both cases seem to point to creative arrangements of self-production as the reactive action of subjects to what they consider to be a massification of appearances. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Curso de Ciências Sociais: Bacharelado.
Coleções
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TCC Ciências Sociais (764)
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