Formas e tendências da historiografia literária : o caso da literatura alemã no Brasil
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Data
2008Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Tentativas de se escrever uma história da literatura alemã no Brasil têm sido recorrentes desde o século XIX. Assumiram diversas formas, do estudo comparativo à antologia, da história autônoma ao ensaio, da história da literatura universal às listas canônicas. Foram consideradas na presente tese, recebendo ênfase as histórias autônomas, modalidade em que se produziram dez títulos entre 1936 e 1997. O interesse que tais histórias apresentam passa por diversos campos: a historiografia literária, ...
Tentativas de se escrever uma história da literatura alemã no Brasil têm sido recorrentes desde o século XIX. Assumiram diversas formas, do estudo comparativo à antologia, da história autônoma ao ensaio, da história da literatura universal às listas canônicas. Foram consideradas na presente tese, recebendo ênfase as histórias autônomas, modalidade em que se produziram dez títulos entre 1936 e 1997. O interesse que tais histórias apresentam passa por diversos campos: a historiografia literária, o comparativismo e a tradução. Observou-se como os autores lidam com a importante questão de escrever história da literatura para estrangeiros e das realidades a serem consideradas na execução dessa tarefa. Desde o primeiro estudo aqui analisado houve interesse em colocar a literatura alemã em confronto com outras literaturas. Tal fato se tornou mais expresso nas primeiras histórias autônomas, que, apesar de deficientes, faziam referências ao Brasil e à sua literatura. A década de 1960 pode ser considerada um divisor no ensino de língua e literatura alemã no Brasil, bem como na historiografia brasileira da literatura alemã. Em uma polêmica entre historiadores da área, constatavam-se as deficiências das obras existentes, reivindicando-se outras que apresentassem a literatura alemã de um ponto de vista secular, objetivo e de bases científicas. Simultaneamente, começavam a ocorrer congressos de professores latinoamericanos de Germanística, em cujos relatos transparece o desejo de um ensino de língua e literatura voltado para a realidade do país de destino. Tais reivindicações assumiram, nas décadas seguintes, a forma da Germanística Intercultural, modo específico de comparativismo na área em questão. As histórias da literatura, no entanto, pouco uso fizeram dos princípios propugnados por essa corrente, ficando, em parte, presas a modelos historiográficos ultrapassados. Em meio a teorias que apontam para a construção da história e desconfiam da produção de qualquer relato da totalidade e em meio a grandes projetos historiográficos comparativos desenvolvidos em outros países, resta ao Brasil encontrar um caminho para produzir a sua primeira grande história da literatura alemã. ...
Abstract
Attempts of writing a history of German literature for Brazil have been recurrent since the 19th century. They have taken several forms, from comparative study to anthology, from literary histories in book form to short essay, from histories of world literature to canonical lists. All these forms have been considered in the present doctoral thesis, special emphasis having been given to the histories in book form, ten titles of which could be traced between 1936 and 1997. The interest of such hi ...
Attempts of writing a history of German literature for Brazil have been recurrent since the 19th century. They have taken several forms, from comparative study to anthology, from literary histories in book form to short essay, from histories of world literature to canonical lists. All these forms have been considered in the present doctoral thesis, special emphasis having been given to the histories in book form, ten titles of which could be traced between 1936 and 1997. The interest of such histories relates them to several fields: literary history writing, comparative literature and translation studies. Special attention was paid to how the authors deal with the relevant question of writing a literary history for non-natives and of the realities to be considered in the execution of such a task. From the first study analysed it becomes evident that there was an interest in confronting German literature with other literatures. The fact became more conspicuous in the first histories in book form; notwithstanding their deficiencies, they frequently referred to Brazil and its literature. The 1960s may be considered a turning point not only in the teaching of German and its literature in Brazil but in German literary history writing in Brazil as well. In a feud among historians the deficiencies of the existing works were exposed in the press, and a claim for new ones made itself heard. These should present German literature from a secular point of view, objectively and on a scientific basis. At the same time occurred the first meetings of Latin- American Germanists, whose reports evince their expectations towards language and literature teaching practices in which the realities of the target country are taken into consideration. In the following decades such claims took the form of Intercultural Germanistics, a specific mode of comparative studies in this area. Literary histories, however, did not exactly follow the principles proposed by that current; on the contrary, several of them remained attached to the models of the past. Between the extremes of theories that point at the construction of literary histories and suspect the validity of any attempt of producing narratives of totality and, opposing them, great projects of comparative literary history writing being developed in other countries, Brazil still faces the challenge of producing its first great history of German literature. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Letras. Programa de Pós-Graduação em Letras.
Coleções
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Linguística, Letras e Artes (2895)Letras (1781)
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