Coleta, isolamento e triagem de fungos nativos para tratamento de corantes usados na indústria do couro
View/ Open
Date
2016Author
Advisor
Co-advisor
Academic level
Graduation
Subject
Abstract in Portuguese (Brasil)
A indústria do couro tem grande importância no cenário econômico brasileiro, pelo fato do Brasil ser um dos maiores produtores e exportadores de couro no mundo. A nível nacional, atualmente, o Rio Grande do Sul lidera o ranking dos estados que mais comercializaram couro com o mercado externo, revelando a importância desse segmento para a sociedade da região. No tingimento do couro, etapa principal do acabamento molhado, emprega-se uma grande variedade de produtos químicos, incluindo os corantes ...
A indústria do couro tem grande importância no cenário econômico brasileiro, pelo fato do Brasil ser um dos maiores produtores e exportadores de couro no mundo. A nível nacional, atualmente, o Rio Grande do Sul lidera o ranking dos estados que mais comercializaram couro com o mercado externo, revelando a importância desse segmento para a sociedade da região. No tingimento do couro, etapa principal do acabamento molhado, emprega-se uma grande variedade de produtos químicos, incluindo os corantes que são responsáveis por dar a cor e a tonalidade desejadas ao produto final. Os corantes são utilizados em excesso nesse processo e uma parte deles não se fixa ao couro, o que gera cargas residuais indesejáveis no efluente. Águas residuais contendo corantes, se não tratadas adequadamente, podem trazer consequências graves para o meio ambiente e saúde humana. Os tratamentos convencionais empregados, mesmo que aplicados em conjunto com tratamentos avançados, podem não conseguir remover certas substâncias recalcitrantes, além de serem opções de custo elevado e com limitações técnicas. No presente trabalho, foi avaliado o potencial de fungos de podridão branca nativos, coletados em Porto Alegre, Brasil, para descolorir corantes utilizados na etapa de tingimento do couro. Entre 15 amostras coletadas, 6 foram devidamente isoladas. Em seguida, as cepas isoladas foram avaliadas em triagem em meio sólido para produzir enzimas ligninolíticas e descolorir corantes Na primeira triagem, 3 cepas apresentaram atividade enzimática sendo que o isolado PR01 se destacou sobre os demais, apresentando atividade enzimática para produção das enzimas lacase e peroxidases extracelulares. O isolado PR01 também demonstrou potencial para descoloração dos corantes Vermelho ácido 357, Preto ácido 210 e Azul ácido 161 em meio sólido. Em avaliação posterior, sob condições de fermentação submersa durante 8 dias a 30°C e 200 rpm, o isolado PR01 descoloriu 89,44 ± 2,78 %, 85,71 ± 1,20 %, 75,47 ± 0,74 %, 63,02 ± 0,19 %, 60,29 ± 1,34 % e 57,27 ± 1,85 % os corantes Azul ácido 161, Vermelho ácido 357, Amarelo ácido 79, Laranja ácido 142, Marrom ácido 414 e Preto ácido 210, respectivamente. Posteriormente, um novo ensaio em meio líquido foi realizado com o corante Amarelo ácido 79 para evidenciar a participação do mecanismo de biodegradação enzimática, através da ação da enzima lacase. Durante o tratamento foi evidenciada a produção dessa enzima chegando a valores máximos de 338,370 ± 8,066 UL-1. Após 168 horas de tratamento se atingiu 81,75 ± 1,87 % de descoloração. O mecanismo de biodegradação foi caracterizado como o responsável por uma parte importante da descoloração; entretanto, outros mecanismos como biossorção que poderiam estar envolvidos não foram estudados. O isolado PR01, por ter apresentado bons resultados, foi identificado por análise molecular com 99 % de identidade como Trametes villosa. Por fim, a coleta e triagem de fungos nativos foi satisfatória, visto que foi encontrada uma cepa (Trametes villosa PR01) que atingiu bons resultados para descoloração de corantes utilizados no tingimento do couro. ...
Institution
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Engenharia. Curso de Engenharia Química.
Collections
This item is licensed under a Creative Commons License