Mulheres indômitas : as heroínas da tragédia grega
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2015Autor
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Resumo
As mulheres são as grandes protagonistas da tragédia grega: elas atuam livremente, discursam em público, traem, matam. Esse fato é aparentemente paradoxal, vindo de uma sociedade como a ateniense do Período Clássico (sécs. V-IV a. C.), fortemente androcêntrica e que propagandeava uma ideologia de reclusão doméstica feminina. No presente trabalho, investigou-se o heroísmo feminino na tragédia grega, a fim de elucidar esse paradoxo, analisando o que possibilitou o protagonismo feminino na tragédi ...
As mulheres são as grandes protagonistas da tragédia grega: elas atuam livremente, discursam em público, traem, matam. Esse fato é aparentemente paradoxal, vindo de uma sociedade como a ateniense do Período Clássico (sécs. V-IV a. C.), fortemente androcêntrica e que propagandeava uma ideologia de reclusão doméstica feminina. No presente trabalho, investigou-se o heroísmo feminino na tragédia grega, a fim de elucidar esse paradoxo, analisando o que possibilitou o protagonismo feminino na tragédia, suas formas de representação e as marcas de tensão entre ele e a ideologia dominante da sociedade ateniense. Para tanto, conjugou-se a história de gênero com a história cultural, examinando as representações sobre o heroísmo feminino na tragédia grega. Assim, são abordadas as origens da vertente feminina do heroísmo, a partir da poesia épica de Homero e Hesíodo e da poesia lírica de Píndaro e da arqueologia e história do culto heroico. Em um segundo momento, são examinadas as heroínas Clitemnestra, na peça Agamêmnon, de Ésquilo, Antígona e Alceste, nas peças homôninas de Sófocles e Eurípides. Verifica-se que é necessária uma revisão da historiografia relacionada às problemáticas sobre a Grécia clássica, cujo olhar está viciado, estando sempre voltado para o lado masculino dos fenômenos. Dessa forma, constata-se que é mister uma ampliação do conceito de heroísmo grego vigente na historiografia, para que ele abarque o conteúdo referente ao feminino. Postula-se que há uma noção de heroísmo feminino pelo menos desde o século VIII a. C., que tornou possível o protagonismo das mulheres na tragédia grega. ...
Abstract
Women are the great protagonists of Greek tragedy: they act freely, they make public speeches, they betray, they kill. This fact is apparently paradoxical, coming from a society such as that of Classical Athens (5th-4th BCE), strongly androcentric and that propagandized an ideology of the domestic seclusion of women. The present study investigates the female heroism in Greek tragedy, aiming to elucidate this paradox, analyzing what made possible the female protagonism in Greek tragedy, its form ...
Women are the great protagonists of Greek tragedy: they act freely, they make public speeches, they betray, they kill. This fact is apparently paradoxical, coming from a society such as that of Classical Athens (5th-4th BCE), strongly androcentric and that propagandized an ideology of the domestic seclusion of women. The present study investigates the female heroism in Greek tragedy, aiming to elucidate this paradox, analyzing what made possible the female protagonism in Greek tragedy, its forms of representation, and the signs of tension between it and the dominant ideology of the Classical Athenian society. To this end, were conjoined gender studies and cultural history, examining the representations of female heroism in Greek tragedy. Therefore, firstly, were studied the origins of female heroism, from the epic poetry of Homer and Hesiod and the lyric poetry of Pindar to the history and archaeology of hero-cult. Secondly, were examined the heroines Clytemnestra, in the play Agamemnon, by Aeschylus, Antigone and Alcestis, in the homonymous plays by Sophocles and Euripides. It is necessary to revise the historiography related to the problems of Classical Greece, whose gaze is always focused in the male side of phenomena. Thus, it appears that is necessary to extend the current notion of Greek heroism in historiography, so that it encompasses the content related to the female heroines. It is argued that there is a notion of female heroism at least since de 8th BCE, which made possible the protagonism of women in Greek tragedy. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Curso de História: Bacharelado.
Colecciones
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