Efeitos neuroendócrinos da interação entre hormônios sexuais e manipulação neonatal em ratos machos e fêmeas adultos
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Data
2005Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Influências de secreções endógenas e estímulos ambientais durante o período neonatal parecem ser determinantes para programar a atividade neuroendócrina e comportamental na vida adulta. O propósito do presente trabalho foi estudar a interação entre os hormônios gonadais e a manipulação durante o período neonatal sobre a concentração plasmática de corticosterona, gonadotrofinas (hormônios luteinizante e folículo estimulante), e hormônios gonadais (estradiol, progesterona e testosterona) em ratos ...
Influências de secreções endógenas e estímulos ambientais durante o período neonatal parecem ser determinantes para programar a atividade neuroendócrina e comportamental na vida adulta. O propósito do presente trabalho foi estudar a interação entre os hormônios gonadais e a manipulação durante o período neonatal sobre a concentração plasmática de corticosterona, gonadotrofinas (hormônios luteinizante e folículo estimulante), e hormônios gonadais (estradiol, progesterona e testosterona) em ratos adultos machos e fêmeas. Para alguns grupos experimentais, filhotes de ratos Wistar foram gonadectomizados, ou submetidos à cirurgia fictícia, antes de 6 horas após o nascimento, ou foram mantidos sem cirurgia. Metade destes animais foram estimulados diariamente, ou foram mantidos sem a manipulação neonatal, durante os primeiros 10 dias de vida. Para outros grupos experimentais, machos foram manipulados diariamente durante o período dos 10 primeiros e gonadectomizados aos 80 dias de vida. Somente a manipulação neonatal não provocou diferenças na concentração plasmática de corticosterona e gonadotrofinas, tanto em machos quanto em fêmeas, mas reduziu a secreção de hormônios gonadais em fêmeas. Enquanto a manipulação em fêmeas gonadectomizadas logo após o nascimento induziu um menor aumento na resposta de corticosterona comparada com às fêmeas não-manipuladas, em machos, a ausência de hormônios gonadais aboliu a redução da resposta ao estresse induzida pela gonadectomia neonatal no grupo não-manipulado. A manipulação aumentou a responsividade do feedback negativo para as gonadotrofinas em machos e fêmeas gonadectomizados no período neonatal. Mas a gonadectomia na idade adulta, em ratos machos manipulados no período neonatal induziu a um menor aumento no LH, comparado aos machos não-manipulados. Deve-se considerar que a castração realizada logo após o nascimento provoca a ausência dos hormônios gonadais durante todo o restante da vida do animal. Em fêmeas, a estimulação ambiental atuou sobre um sistema que não estava sob a influência dos hormônios gonadais. Mas em machos, além dos efeitos pré-natais dos esteróides gonadais, uma interação entre a estimulação neonatal e os efeitos destes hormônios durante o período neonatal provavelmente ocorreu. A estimulação ambiental durante o período neonatal e os hormônios gonadais interagem exercendo um profundo impacto a longo-prazo sobre a atividade do sistema de estresse hipotálamo-hipófise-adrenais e também sobre os mecanismos de controle neuroendócrino do sistema reprodutivo na vida adulta. ...
Abstract
Endogenous hormones and environmental stimuli during the neonatal period appear to be determinant to program the behavioral and neuroendocrine profile in adult life. The purpose of the present study was to analyze the interaction between gonadal hormones and handling stimulation during the neonatal period on plasma corticosterone, gonadotrophins (luteinizing and follicle stimulating hormones), and gonadal hormones (estradiol, progesterone and testosterone) in adult male and female rats. For exp ...
Endogenous hormones and environmental stimuli during the neonatal period appear to be determinant to program the behavioral and neuroendocrine profile in adult life. The purpose of the present study was to analyze the interaction between gonadal hormones and handling stimulation during the neonatal period on plasma corticosterone, gonadotrophins (luteinizing and follicle stimulating hormones), and gonadal hormones (estradiol, progesterone and testosterone) in adult male and female rats. For experimental groups, newborn Wistar pups were gonadectomized, or submitted to sham surgery or kept without surgery, at up to 6 hours after delivery. These pups were or stimulated daily by experimental handling, or kept without handling, during the first 10 postnatal days. For another experimental groups, males were stimulated daily on neonatal period (until 10 postnatal days) and gonadectomized at 80 days. Only neonatal handling shows no differences on plasma corticosterone and gonadotrophins, both in male or female rats, but reduced gonadal hormones in female rats. While handling in neonatal gonadectomized females induced a lesser increase in corticosterone response compared with the non-handled ones, in males, the absence of the gonadal hormones abolished the reduction of the stress response induced by neonatal gonadectomy in the non-handled group. Handling increased the negative feedback responsiveness to gonadotrophins of neonatal gonadectomized male and female rats. But, adult gonadectomy of neonatal handled males induced a lesser increase in LH compared with the non-handled ones. It is noteworthy that those castration performed just after birth, provoked the absence of the hormones occurred throughout the life of the animal. In females, early life environmental stimulation occurred upon a nervous system that has not been under the influence of gonadal hormones. In males, besides pre-natal effects of gonadal steroids, an interaction between environmental stimulation and hormonal effects during the neonatal period probably occurred. Environmental stimulation during the neonatal period and gonadal hormones interact and exert a profound long-lasting impact on the activity of the hypothalamic-pituitary-adrenal stress system and also on the reproductive neuroendocrine control mechanisms in adulthood. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Ciências Básicas da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Neurociências.
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