Parteiras, buchudas e aperreios : uma etnografia do atendimento obstétrico não oficial na cidade de Melgaço, Pará
Fecha
2007Nivel académico
Doctorado
Tipo
Materia
Resumo
Essa tese trata da prática de parteiras na cidade de Melgaço, na região marajoara e fluvial do estado do Pará, no contexto globalizado entre 2004 e 2006. Seguindo uma abordagem antropológica, minha proposta foi me aproximar da “visão nativa”, integrando a prática de parteiras dentro da análise do modo de vida “local”. Optei por centrar a discussão na etnografia pormenorizada da vida cotidiana (práticas e conhecimentos) das parteiras, sem, no entanto, cair no erro de monografias anteriores, isto ...
Essa tese trata da prática de parteiras na cidade de Melgaço, na região marajoara e fluvial do estado do Pará, no contexto globalizado entre 2004 e 2006. Seguindo uma abordagem antropológica, minha proposta foi me aproximar da “visão nativa”, integrando a prática de parteiras dentro da análise do modo de vida “local”. Optei por centrar a discussão na etnografia pormenorizada da vida cotidiana (práticas e conhecimentos) das parteiras, sem, no entanto, cair no erro de monografias anteriores, isto é, sem me limitar a uma “história natural” do grupo, como se fosse “exótico” e “isolado”. A importância que estas mulheres conferem à atenção da saúde gineco-obstétrica envolveu analisar elementos tão diversos quanto a massagem abdominal empregada (conhecida localmente como puxação), as relações conjugais e de parentesco, a interação com o sistema de saúde institucional e os cursos de treinamento organizados por ONGs. A originalidade dessa pesquisa é pretender suplantar as dicotomias usuais (tradição/modernidade, biológico/cultural etc.), além da preocupação funcionalista (como modificar as práticas locais), para ressaltar a dimensão social (redes familiares etc.) e simbólica (saberes locais, hierarquias de prestígio) que englobam os elementos que vêm “de fora”, conferindo um sentido à prática atual das parteiras. ...
Abstract
This thesis addresses the practice of midwives in the city of Melgaço, in the fluvial region of the Marajó, State of Pará, in the globalized context from 2004 to 2006. Following an anthropological approach, my intention was to become closer to the “native view”, integrating midwives’ practice within the analysis of the “local” way of life. I chose to center this discussion on a detailed ethnography of the midwives’ daily life (practices and knowledge) without, although, committing the mistake o ...
This thesis addresses the practice of midwives in the city of Melgaço, in the fluvial region of the Marajó, State of Pará, in the globalized context from 2004 to 2006. Following an anthropological approach, my intention was to become closer to the “native view”, integrating midwives’ practice within the analysis of the “local” way of life. I chose to center this discussion on a detailed ethnography of the midwives’ daily life (practices and knowledge) without, although, committing the mistake of previous monographies, that is, without limiting myself to a “natural history” of the group, as if they were “exotic” and “isolated”. The importance that these women confer to gynecological and obstetrical health issues involved the analysis of elements as diverse as the abdominal massage (known locally as puxação), the kinship and marital relations, the interaction with the institutional health system and the training courses organized by NGOs. The originality of this research is to intend to overcome usual dichotomies (e.g. tradition/modernity, biological/cultural etc.), beyond the functionalist worries (how to modify the local practices), in order to enhance the social (family networks etc.) and symbolic (local knowledge, prestige hierarchies etc.) dimensions that involve the elements coming “from outside” and that confer a meaning to the current practice of these midwives. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Antropologia social.
Colecciones
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Ciencias Humanas (7479)Antropología Social (472)
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