A vida dentro e através da violência, Timor-Leste (1975-1999)
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2025Advisor
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Doctorate
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Abstract in Portuguese (Brasil)
Nesta tese, defendo que a pregnância lógica da raça é encenada, confrontada e refratada no interior da expansão das lógicas sociais e dos regimes de governança dos novos imperialismos e dos Estados (pós)coloniais. Ao investigar a constituição histórica e epistêmica da violência em Timor-Leste, argumenta-se, mais especificamente, que a violência que marca a descolonização integra um processo histórico mais amplo e de longa duração, caracterizado pela coprodução de uma negatividade histórica que ...
Nesta tese, defendo que a pregnância lógica da raça é encenada, confrontada e refratada no interior da expansão das lógicas sociais e dos regimes de governança dos novos imperialismos e dos Estados (pós)coloniais. Ao investigar a constituição histórica e epistêmica da violência em Timor-Leste, argumenta-se, mais especificamente, que a violência que marca a descolonização integra um processo histórico mais amplo e de longa duração, caracterizado pela coprodução de uma negatividade histórica que articula, de forma entrelaçada e constitutiva, duas dinâmicas complementares: a produção da diferença como sintoma e situação-problema — na qual a violência opera como técnica de contenção ou eliminação daquilo que escapa à norma fundada na identidade e na semelhança — e o desarmamento corporal, político e simbólico de sujeitos racializados, moldados por dinâmicas persistentes de sujeição, controle e exclusão. A partir de uma abordagem arqueológica, mobilizam-se experiências limítrofes da vida e da linguagem na descolonização — que escapam às categorias normativas e abrem frestas para formas inéditas de resistência —, situando-as na análise geral das relações sociais e como pontos-de-passagem, zonas de transição e insurgência ontológica, que evidenciam ao mesmo tempo o entrelaçamento indissociável dessas dinâmicas e inviabilizam sua apreensão em termos isolados. Propõe-se, assim, uma leitura crítica da modernidade racial e de seus desdobramentos (pós)coloniais, evidenciando como a violência opera simultaneamente como evento — na dissolução gradual das interdependências sociais e hierárquicas de poder e das diferenças à elas associadas —, estrutura e linguagem constitutiva da ordem global, na qual a dor não se estabiliza em identidade, mas desloca continuamente a possibilidade de subjetivação. ...
Abstract
This thesis argues that the logical pregnance of race is staged, confronted, and refracted within the expansion of social logics and governance regimes of new imperialisms and (post)colonial states. By investigating the historical and epistemic constitution of violence in Timor-Leste, it is argued more specifically that the violence marking decolonization is part of a broader and long-standing historical process, characterized by the co-production of a historical negativity that constitutively ...
This thesis argues that the logical pregnance of race is staged, confronted, and refracted within the expansion of social logics and governance regimes of new imperialisms and (post)colonial states. By investigating the historical and epistemic constitution of violence in Timor-Leste, it is argued more specifically that the violence marking decolonization is part of a broader and long-standing historical process, characterized by the co-production of a historical negativity that constitutively and inseparably articulates two complementary dynamics: the production of difference as symptom and problem-space — in which violence operates as a technique of containment or elimination of that which escapes the norm grounded in identity and resemblance — and the corporeal, political, and symbolic disarmament of racialized subjects, shaped by persistent dynamics of subjection, control, and exclusion. Through an archaeological approach, this study mobilizes limit-experiences of life and language during decolonization — experiences that elude normative categories and open breaches for unprecedented forms of resistance — situating them within the broader analysis of social relations as points of passage, zones of transition, and sites of ontological insurgency. These reveal the inextricable entanglement of these dynamics and hinder their apprehension in isolated terms. Thus, a critical reading of racial modernity and its (post)colonial unfoldings is proposed, showing how violence operates simultaneously as event — through the gradual dissolution of social interdependencies, power hierarchies, and the differences associated with them —, as structure, and as constitutive language of the global order, in which pain does not stabilize into identity, but continually displaces the very possibility of subjectivation. ...
Résumé
Dans cette thèse, je soutiens que la prégnance logique de la race est mise en scène, confrontée et réfractée au sein de l’expansion des logiques sociales et des régimes de gouvernance des nouveaux impérialismes et des États (post)coloniaux. En enquêtant sur la constitution historique et épistémique de la violence au Timor oriental, on avance plus spécifiquement que la violence qui marque la décolonisation s’inscrit dans un processus historique plus vaste et de longue durée, caractérisé par la c ...
Dans cette thèse, je soutiens que la prégnance logique de la race est mise en scène, confrontée et réfractée au sein de l’expansion des logiques sociales et des régimes de gouvernance des nouveaux impérialismes et des États (post)coloniaux. En enquêtant sur la constitution historique et épistémique de la violence au Timor oriental, on avance plus spécifiquement que la violence qui marque la décolonisation s’inscrit dans un processus historique plus vaste et de longue durée, caractérisé par la coproduction d’une négativité historique articulant, de manière entremêlée et constitutive, deux dynamiques complémentaires : d’une part, la production de la différence comme symptôme et situation-problème — dans laquelle la violence fonctionne comme une technique de contention ou d’élimination de ce qui échappe à la norme fondée sur l’identité et la similitude — ; d’autre part, le désarmement corporel, politique et symbolique de sujets racialisés, façonnés par des dynamiques persistantes de sujétion, de contrôle et d’exclusion. À partir d’une approche archéologique, cette recherche mobilise des expériences limites de la vie et du langage dans la décolonisation — qui échappent aux catégories normatives et ouvrent des brèches à des formes inédites de résistance —, en les situant dans l’analyse générale des relations sociales, comme points de passage, zones de transition et d’insurrection ontologique, qui rendent manifeste à la fois l’imbrication indissociable de ces dynamiques et l’impossibilité de les appréhender de manière isolée. Ainsi, il est proposé une lecture critique de la modernité raciale et de ses prolongements (post)coloniaux, mettant en évidence comment la violence opère simultanément comme événement — dans la dissolution progressive des interdépendances sociales et des hiérarchies de pouvoir —, comme structure et comme langage constitutif de l’ordre global, dans lequel la douleur ne se stabilise pas en identité, mais déplace continuellement la possibilité même de subjectivation. ...
Institution
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia.
Collections
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Humanities (7972)Sociology (583)
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